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Lucros do BPI derrapam 87% com constituição de 32 milhões de imparidades

O banco constituiu 32 milhões de euros em imparidades de crédito para enfrentar o impacto da crise gerada pelo coronavírus, uma medida que pesou sobre os lucros.

BPI com custos relevantes
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O BPI fechou o primeiro trimestre deste ano com um resultado líquido de 6,3 milhões de euros, valor que representa uma quebra de 87% em relação aos 49,2 milhões que tinham sido registados em igual período do ano passado. A justificar a quebra dos resultados está a constituição de 32 milhões de euros em imparidades de crédito para fazer face a impactos futuros, no contexto da crise da pandemia do coronavírus.

Os resultados foram apresentados esta segunda-feira, 4 de maio, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "O resultado consolidado é inferior em 87% em relação do primeiro trimestre de 2019 devido ao impacto de fatores relacionados com a crise da pandemia de covid-19, nomeadamente, queda dos mercados financeiros e reforço de imparidades para fazer face a impactos futuros que, em conjunto, tiveram um impacto negativo de 47 milhões de euros no resultado antes de impostos", justifica o BPI.

Dos lucros de 6,3 milhões registados no primeiro trimestre, 4,4 milhões resultaram da atividade em Portugal, enquanto o Banco de Fomento Angola (BFA) deu um contributo de 1,9 milhões para o resultado líquido do BPI.

Este reforço das imparidades, explicou o presidente executivo do banco, Pablo Forero, em conferência de imprensa, foi um exercício de prudência, já que o impacto do coronavírus ainda não se fez sentir no primeiro trimestre. "O rácio de malparado caiu no primeiro trimestre. Estamos apenas a antecipar o que pode acontecer nos próximos trimestres. A maioria deste reforço tem a ver com a mudança do cenário macroeconómico que antecipamos para o ano de 2020", justificou o responsável.

E sublinhou: "Esta não é a altura de maximizar os resultados, é a altura de maximizar a prudência".

Atividade melhorou no primeiro trimestre

Apesar do impacto esperado para o resto do ano, a atividade do BPI ainda registou melhorias no primeiro trimestre. "O negócio registou um bom desempenho durante o primeiro trimestre, confirmando a evolução positiva da economia portuguesa antes da pandemia", refere o banco.

As comissões líquidas aumentaram ligeiramente, em 0,7%, para os 60,8 milhões de euros, enquanto a margem financeira cresceu em 2,9% e totalizou 109,9 milhões.

Em contrapartida, o BPI registou perdas de 14 milhões em operações financeiras, um resultado explicado com a volatilidade nos mercados financeiros. Estas perdas, adiantou Pablo Forero durante a conferência de imprensa, já começaram a ser recuperadas durante o mês de abril. "Não estamos preocupados e não estamos a vender as posições, estas perdas fazem parte de uma gestão de carteira", frisou o presidente do BPI.

Feitas as contas, o produto bancário caiu em 11% e fixou-se em 151,4 milhões de euros no final de março.

Quanto ao balanço, os depósitos de clientes aumentaram em mais de 10% e totalizaram 23.472 milhões de euros, uma evolução que compensou a quebra de 51,7% dos depósitos de investidores institucionais e financeiros, que se fixaram em 495 milhões. Os recursos totais de clientes, contando ainda com fundos de investimento, seguros e ofertas públicas de subscrição, mantiveram-se estáveis nos 34.380 milhões de euros.

Já a carteira de crédito total aumentou em quase 5% para os 24.523 milhões de euros, uma evolução para a qual contribuíram todos os segmentos. A carteira de crédito à habitação subiu 3,5% e totalizou 11,5 mil milhões, enquanto o restante crédito a particulares disparou mais de 11% e fixou-se em 1.678 milhões. Já a carteira de crédito a empresas subiu 5,3% para os 9,5 mil milhões e o financiamento ao setor público aumentou em 6,1% para 1,8 mil milhões.

Neste período, tal como salientado por Pablo Forero, o BPI conseguiu ainda reduzir o nível de malparado, com o rácio de "non performing exposures" a diminuir em 0,2 pontos percentuais para 2,3%.

Já o rácio de "common equity tier 1" aumentou de 13,4% para 13,7%.

Notícia atualizada pela última vez às 12h43 com mais informação.
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