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Bloco quer que Passos Coelho garanta que não vão ser os contribuintes a pagar o BES
Bloquistas consideram que o Estado não se vai limitar a emprestar e que vai ser a "garantia do empréstimo. Se não for reembolsado é o Estado que vai ter que pagar, são os contribuintes", disse João Semedo.
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O Bloco de Esquerda quer ver o primeiro-ministro no Parlamento a responder pelo resgate ao Banco Espírito Santo (BES). O partido criticou também o modelo escolhido pelo Governo de Passos Coelho para resgatar o banco e considera que o dinheiro dos contribuintes está em risco.
"O primeiro-ministro não se deve esconder atrás da ministra das Finanças", disse o coordenador do BE, João Semedo, esta terça-feira (5 de Agosto). Maria Luís Albuquerque vai responder no Parlamento esta quinta-feira (7 de Agosto), assim como o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.
A solução encontrada para o BES "não é carne nem é peixe e põe em risco o dinheiro público dos contribuintes. Há várias soluções melhores que esta", disse.
Os bloquistas querem que o primeiro-ministro "dê a cara para garantir que não vai ser gasto dinheiro dos contribuintes" no resgate ao BES, e consideram que a solução encontrada só serve para proteger os interesses do "gangsterismo financeiro".
"Esta é a maior operação financeira e o maior risco financeiro que o Governo assume quando olhamos para as contas públicas e o dinheiro dos contribuintes", alertou João Semedo.
O coordenador fez uma analogia entre a nacionalização do BPN e o resgate ao BES. "O primeiro-ministro não pode invocar as férias. Esta operação não é menos importante, não tem menos impacto que a nacionalização do BPN".
O BPN chegou a ser discutido na Assembleia da República antes de ser nacionalizado, recordou João Semedo, com o primeiro-ministro de então, José Sócrates, a informar "os partidos que ia fazer a nacionalização".
João Semedo alertou para os riscos da solução encontrada pelo Banco de Portugal e o Governo. "Não é verdade que o Estado se limite a emprestar. O Estado é a garantia do empréstimo. Se não for reembolsado, é o Estado que vai ter que pagar, são os contribuintes", afirmou.