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BdP vê sinais de "sobrevalorização mais acentuada" do imobiliário a nível regional
Os sinais de sobrevalorização do imobiliário residencial mantêm-se. E continua um risco para a banca nacional: a sensibilidade dos preços do imobiliário aos estrangeiros.
O Banco de Portugal mantém, em Dezembro, a sua avaliação do mercado imobiliário residencial: há sinais de sobrevalorização dos preços das habitações em termos agregados, e há mesmo evidências de que há preços excessivos em diversas regiões.
"Nos trimestres mais recentes, observam-se alguns sinais, ainda que limitados, de sobrevalorização dos preços do imobiliário residencial em termos agregados, sendo que se poderão observar situações de sobrevalorização mais acentuada a nível regional/local", aponta o Relatório de Estabilidade Financeira, publicado esta quarta-feira, 5 de Dezembro.
Como já dizia em Junho, e repete seis meses depois, a variação dos preços do mercado imobiliário residencial "tem estado associada à forte dinâmica do turismo e do investimento directo por não residentes". A economia portuguesa tem melhorado e isso conduz a uma melhoria da percepção dos investidores nacionais e internacionais.
Ou seja, não está dependente de créditos de bancos, na óptica do Banco de Portugal: "o saldo de crédito para aquisição de habitação manteve uma tendência decrescente". "Não existe evidência de que o crédito bancário interno esteja a ser determinante fundamental do aumento dos preços no mercado imobiliário em Portugal".
O supervisor liderado por Carlos Costa argumenta, no entanto, que a evolução do imobiliário não é apenas doméstica. "A dinâmica de aceleração dos preços do imobiliário residencial entre o final de 2013 e o primeiro semestre de 2018 foi partilhada por muitos países da área do euro, em alguns casos acompanhado por um forte crescimento do crédito à habitação", indica o mesmo documento. Aliás, a conclusão é retirada com base em dados do Banco Central Europeu (BCE), que são os que aponta para uma "subvalorização crescente dos preços face aos fundamentos económicos até à primeira metade de 2013" e a recente sobrevalorização.