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Banqueiros recusam necessidade de "banco mau"
Fernando Ulrich, Vieira Monteiro, Stock da Cunha e Nuno Amado recusam a necessidade de um "banco mau" para ficar com o malparado dos bancos. Banqueiros defendem o caminho que têm feito para limpar os balanços das suas instituições.
Os presidentes dos maiores bancos portugueses, excepto a CGD, recusam a necessidade de criar um "banco mau" para limpar o crédito malparado das instituições financeiras, segundo defenderam Fernando Ulrich, António Vieira Monteiro, Eduardo Stock da Cunha e Nuno Amado na conferência da Associação portuguesa de Bancos.
Os presidentes do BPI e do Santander Totta disseram não necessitar deste mecanismo. Já os líderes do Novo Banco e do BCP disseram que estão a fazer o seu próprio caminho de limpeza do balanço.
"O Novo Banco está a trilhar o seu caminho decorrente de uma situação passado. Temos um problema que se chama ' side bank' mas estamos a resolvê-lo Sem pensar num banco mau", defendeu Stock da Cunha. O banqueiro apontou a digitalização como o grande desafio que se coloca ao sector, à semelhança do que acontece nas indústrias da música e das viagens.
Por seu turno, Nuno Amado revelou que não foi o BCP que pediu a criação do chamado "banco mau". E garantiu que o banco "tem o seu plano para reduzir malparado nos próximos dois anos" que não inclui a transferência de activos para qualquer veículo que venha a ser criado.
Em Abril, o primeiro-ministro António Costa defendeu que o país devia "encontrar um veículo de resolução para o crédito malparado, de forma a libertar o sistema financeiro de um ónus que dificulta uma participação mais activa no financiamento às empresas". Uma proposta recusada pelo PCP, à qual o BE torceu o nariz, assim como a presidente do Conselho das Finanças Públicas, Teodora Cardoso, porque um "banco mau" exige "a capacidade do Estado para capitalizar este banco" e "dada a situação das contas públicas e da economia é uma decisão muito difícil".