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Bancos gastam mais de 200 mil milhões de libras em litígios

Os dezasseis principais bancos mundiais gastaram 205,5 mil milhões de libras (282 mil milhões de euros) em processos de litígio nos últimos cinco anos, de acordo com estudo que refuta a crença de que as entidades bancárias já tenham ultrapassado o pior momento de litigação pós-crise.

Reuters
08 de Junho de 2015 às 15:50
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"Parece que quando um processo é terminado, surgem notícias de uma nova investigação", escreveu Brian Gardner, analista na Keefe Bruyette & Woods, citado pelo Financial Times, num relatório recente que dá conta que estão a correr 264 investigações envolvendo 46 bancos à volta do mundo.

De facto, são recorrentes as notícias sobre investigações sobre más práticas de instituições bancárias, de recordar os casos recentes do Barclays, do HSBC e agora do Deutsche Bank, cujos CEO renunciaram ao cargo este domingo, 7 de Junho.

O estudo anual liderado pela CP Reaserch Foundation, instituição sediada no Reino Unido, estima que os principais bancos mundiais tenham gasto 205,5 mil milhões de libras (cerca de 282 mil milhões de euros) em multas, acordos e provisões decorrentes de processos de litígio.

Apesar desta tendência, vários gestores bancários continuam a agir como se se tratassem de casos excepcionais, alertou Chris Steares, director do instituto que liderou esta investigação.

O Lloyds Banking Group, por exemplo, gastou, entre 2009 e 2013, 12,72 milhões de libras (cerca de 17,46 mil milhões de euros) em processos de litígio, tendo esse valor aumentado para 15,62 mil milhões de libras (cerca de 21,44 mil milhões de euros) no período compreendido entre 2010 e 2014.

O aumento de custos foi significativamente maior no Barclays. Entre 2009 e 2013 o banco gastou 7,89 mil milhões de libras (cerca de 10,83 mil milhões de euros), enquanto do período de 2010 a 2014 este valor ascendeu aos 12,19 mil milhões de libras (cerca de 16,7 mil milhões de euros).

O Deutsche Bank, que foi alvo de uma multa recorde de 2,2 mil milhões de euros pelo envolvimento no escândalo de manipulação de taxas de juro e está a braços com cerca de seis mil diferentes casos de litígio, gastou, entre 2009 e 2013, 5,62 mil milhões de libras (cerca de 7,71 mil milhões de euros), tendo esse valor aumentado para 9,37 mil milhões de libras (cerca de 12,86 mil milhões de euros) entre 2010 e 2014.

O HSBC gastou, entre 2009 e 2013, 7,21 mil milhões de libras (cerca de 9,89 mil milhões de euros) em processos de litígio, tendo esse valor aumentado para 8,90 mil milhões (cerca de 12,22 mil milhões de euros) entre 2010 e 2014.

No BPN Paribas, o aumento de custos foi mais do dobro no comparativo entre os dois períodos: 3,54 mil milhões de libras (cerca de 4,86 mil milhões de euros) entre 2009 e 2013, para 7,76 mil milhões (cerca de 10,65 mil milhões de euros) entre 2010 e 2014.

Na mesma medida, os gastos do Santander também aumentaram significativamente. A instituição bancária gastou, entre 2009 e 2013, 3,57 mil milhões de libras (cerca de 4,90 mil milhões de euros), aumentando esse valor para 6,94 mil milhões de libras (cerca de 9,53 mil milhões de euros) entre 2010 e 2014.

No total, os 16 bancos gastaram no período entre 2009 e 2013, 172,2 mil milhões de libras (cerca de 236,41 mil milhões de euros). No período entre 2010 e 2014 este valor aumentou para os 205,5 mil milhões de libras (cerca de 282,13 mil milhões de euros).

Os dezasseis bancos estudados neste relatório são: Bank of America, Barclays,BNP Paribas, Credit Suisse, Citigroup, Deutsche Bank, Goldman Sachs, HSBC, JPMorgan Chase, Lloyds Banking Group, National Australia Bank, Royal Bank of Scotland, Santander, Standard Chartered, Société Générale e o UBS. O estudo faz análises comparativas de períodos de cinco anos (2009-2013 vs 2010-2014).

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