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Bancários manifestam-se à porta do BCP no dia da assembleia geral

Os sindicatos bancários convocaram uma manifestação para exigir a atualização dos salários dos trabalhadores do BCP e a restituição dos cortes salariais sofridos entre 2014 e 2017.

 Bruno Colaço
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O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) convocaram uma manifestação para o dia 22 de maio, a realizar-se à porta da assembleia geral de acionistas do BCP, que decorre nesse dia. Os sindicatos protestam pela atualização das remunerações dos trabalhadores do banco liderado por Miguel Maya, que não veem aumentos desde 2010, bem como pela devolução dos cortes salariais sofridos entre 2014 e 2017.

Em causa está uma medida aplicada durante o mandato de Nuno Amado, que em 2014 decidiu cortar os salários dos funcionários que recebiam mais de 1.000 euros, num esforço para salvar 400 postos de trabalho. Os cortes, que se situaram entre 3% e 11% do salário bruto, vigoraram até junho de 2017.

Este ano, já com Miguel Maya à frente do BCP, a administração do banco tem manifestado "vontade" de devolver os salários cortados. Em abril, os sindicatos bancários da Febase comunicaram que, depois de uma reunião entre as direções sindicais e a administração do banco, ficou decidido que a instituição iria repor um mínimo de 25% do valor cortado ainda este ano.

Mais tarde, no mesmo mês, o Eco avançou que a restituição dos valores cortados irá, afinal, depender do escalão salarial, com prioridade para os salários mais baixos. Assim, o objetivo é devolver a totalidade dos cortes aos salários até 1.500 euros ainda em 2019 e entre 33% e 50% aos salários entre 1.500 e 2.500 euros, ficando por saber o que acontece aos salários acima dos 2.500 euros.

Contudo, até à data, não houve ainda qualquer reposição, esperando-se que seja apresentada uma proposta para as reposições salariais na assembleia geral de acionista de dia 22 de maio. O mais provável, segundo avançou o Expresso, é que a reposição seja faseada.

Os sindicatos, por seu lado, exigem "uma atitude séria" ao banco. "Nesta ação conjunta, os três sindicatos congregam esforços na representação e defesa dos direitos dos seus associados e de todos os trabalhadores, reformados e pensionistas do grupo BCP, sem atualização de remunerações há mais de nove anos. Pretende-se demonstrar, a uma única voz, que o BCP, que acaba de apresentar lucros consolidados na ordem dos 154 milhões de euros, deverá tomar uma atitude séria e cumprir com os seus compromissos, restituindo aos trabalhadores o que é seu por direito", pode ler-se no comunicado enviado esta terça-feira, 14 de maio, às redações.

O BCP reportou lucros de 153,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, valor que representa um aumento de 80% face a igual período do ano passado. Isto depois de, no conjunto de 2018, ter alcançado um resultado líquido de 301,1 milhões de euros, uma subida de 61,5% face ao ano anterior. A comissão executiva propôs distribuir cerca de 30 milhões de euros em dividendos relativos ao exercício de 2018, uma proposta que será votada na assembleia geral de 22 de maio.
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