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Autoridades norte-americanas ponderam cortar avaliação do First Republic Bank

Durante a sessão desta quarta-feira, as ações do First Republic Bank tombaram 32% e a sua negociação foi suspensa. A autoridade que defende os depósitos pondera cortar a avaliação do banco, incluindo o rating CAMELS, o que deverá limitar o acesso aos mecanismos de facilitação de liquidez da Fed.

Reuters
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A Federal Deposit Insurance (na sigla inglesa FDIC), a agência federal responsável por garantir os depósitos nos EUA, está a ponderar baixar a avaliação do First Republic Bank, o que irá limitar o acesso da instituição financeira aos mecanismos de facilitação do financiamento da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

A FDIC tem dado tempo ao banco para consolidar e reforçar as suas finanças. Porém, sem soluções à vista, os altos quadros do organismo estão cada vez mais cientes da possibilidade de terem de rever em baixa a classificação do First Republic Bank, incluindo o chamado rating CAMELS, segundo fontes próximas do processo citadas pela Bloomberg.

O rating CAMELS avalia os bancos nos EUA. numa classificação de 1 a 5, tendo por base as suas demonstrações financeiras e outros dados - num total de seis componentes - apurados pela FDIC.

As mesmas fontes acrescentam que, até ao momento, a FDIC não tomou qualquer decisão e nem sequer informou o banco norte-americano sobre esta possibilidade, numa altura em que aguardam um reforço do balanço por parte da instituição financeira.

Caso a agência decida rever em baixa a avaliação do First Republic Bank, isso poderá limitar o acesso do banco à linha de financiamento da Fed cujas condições de acesso foram alargadas o mês passado pelo banco central, segundo as mesmas fontes.

Esta medida poderá ainda limitar o acesso à chamada "janela de desconto" do banco central, os empréstimos de acesso imediato da Fed.

Contactados pela Bloomberg, nem a Fed nem o Tesouro dos EUA nem a FDIC responderam às questões colocadas.

O First Republic revelou na segunda-feira que estava a trabalhar em "opções estratégicas" para estabilizar a instituição, estando em cima da mesa a criação de um "banco mau" ou a venda de um conjunto de ativos, revelou uma fonte familiar com o assunto à Reuters.

Ainda assim, segundo o Financial Times (FT), a instituição estará com dificuldades em arranjar uma solução viável, nomeadamente uma venda parcial ou total do banco.

Fontes consultadas pelo jornal britânico indicam que o First Republic está em contacto com a Casa Branca, a Reserva Federal e o Tesouro norte-americano, que se encontram em estado de alerta depois da falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank no mês passado.

Duas das hipóteses mais realistas que estão em cima da mesa, revela o FT, é de os bancos que recentemente depositaram 30 mil milhões de dólares junto do First Republic resgatarem a instituição, ou a FDIC ficar com o controlo do banco oferecendo uma garantia para todos os depósitos, tal como foi feito com o Silicon Valley Bank.

As ações do banco, que já desvalorizaram mais de 90% este ano, voltaram a tombar com estrondo esta quarta-feira ao assinalarem uma queda de 32,72% - colocando cada ação a valer 7,16 dólares, um mínimo histórico. A 3 de janeiro deste ano cada ação valia 121,54 dólares. Entretanto as negociações destes títulos foram suspensas a meio da sessão de hoje.

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