O grupo segurador chinês Anbang está a preparar uma oferta pública inicial (IPO na sigla anglo-saxónica) da sua unidade de seguros de vida para meados do próximo ano. A informação foi avançada inicialmente pela Bloomberg, que cita fontes próximas da operação, explicando que o objectivo é cotar a empresa em Hong Kong.

A empresa sediada em Pequim, que chegou a negociar em exclusivo com o Banco de Portugal a compra do Novo Banco, já pediu a bancos de investimento que apresentem as suas propostas até ao final desta semana.

Criada em 2004 como uma seguradora automóvel, a Anbang emergiu como um dos maiores compradores chineses de activos estrangeiros nos últimos dois anos. Segundo a Reuters, neste período a empresa gastou mais de 30 mil milhões de dólares (cerca de 26,5 mil milhões de euros) na aquisição de seguradoras, hotéis de luxo e outros activos imobiliários.

A agência noticiosa destaca, porém, que "a sua busca incansável por activos no exterior e o seu estilo ad hoc têm levantado questões regulamentares, tanto ao nível interno como no estrangeiro".

A decisão não era, por isso, esperada. A empresa costuma manter o secretismo em torno das suas operações e pouco se sabe sobre os seus accionistas e sobre a própria companhia.

O presidente da Anbang Wu Xiaohui deu poucas entrevistas à imprensa, mas chegou a dizer a um grupo de alunos de Harvard, em 2015, que todas as subsidiárias da Anbang acabarão por cotar na bolsa.

A Anbang oferece uma gama completa de produtos de seguros. No final do mês de Junho, os seus prémios totais de seguros de vida ascendiam a 228,4 mil milhões de yuans (cerca de 30,3 mil milhões de euros), o que representa 10% do mercado de seguro de vida da China, de acordo com o site da empresa.

Estes números tornam a Anbang na segunda maior seguradora do país, atrás da estatal China Life Insurance.

O grupo chinês tem quase 2 biliões de yuans de activos sob gestão, mais de 30 mil funcionários e 35 milhões de clientes em todo o mundo, de acordo com as informações do seu site.

Em Março deste ano, o grupo chinês tentou comprar a cadeia norte-americana Strategic Hotels & Resorts por 6,5 mil milhões de dólares depois de, em Dezembro de 2014, ter adquirido o mítico hotel nova-iorquino Waldorf Astoria, por 1,95 mil milhões de dólares.