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Volkswagen corta orçamento anual em 8%

As novas contas foram já confirmadas pelo grupo alemão. Para o próximo ano está previsto um corte de mil milhões de euros. A decisão é tomada numa altura em que os Estados Unidos aguardam uma solução.

Bloomberg
20 de Novembro de 2015 às 12:38
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A Volkswagen irá cortar o seu orçamento anual de investimentos em 8%, para fazer face ao escândalo de manipulação de emissões poluentes.

A fabricante automóvel anunciou esta sexta-feira, 20 de Novembro, que irá gastar 12 mil milhões de euros em desenvolvimento de veículos, fábricas e tecnologia no próximo ano. O valor é inferior mil milhões de euros aos 13 mil milhões previstos no anterior plano de investimentos.


A administração do grupo alemão reuniu-se esta sexta-feira, depois de ter negociado as prioridades futuras de investimento com os trabalhadores ao longo dos últimos dias.


"Daremos prioridade a todos os investimentos e gastos previstos. Como anunciado, tudo o que não seja absolutamente necessário será cancelado ou adiado", adiantou o CEO Mathias Müller em comunicado.


O anúncio não é feito só de cortes. A Volkswagen vai investir 100 milhões de euros no próximo ano para a investigação na área dos veículos eléctricos e híbridos, apontada como uma das prioridades futuras.


Esta sexta-feira é também o último dia para que a Volkswagen apresente aos reguladores norte-americanos um plano para corrigir os 482 mil carros a gasóleo no país. Os mesmos emitiam 40 vezes mais emissões de óxido de azoto (NOx) que o permitido por lei.


As autoridades norte-americanas estão ainda a investigar o papel da fornecedora Bosch neste esquema de manipulação, uma vez que a empresa alemã fabricou componentes utilizados nos motores manipulados. A Reuters esclarece que a investigação está ainda numa fase inicial, não havendo quaisquer evidências de culpa.


Na Europa, a chamada às oficinas de 8,5 milhões de carros arranca em Janeiro de 2016, embora o grupo não tenha especificado quais as soluções técnicas encontradas.


Mais atrasada está uma solução para a segunda vaga do escândalo, que afecta as emissões de dióxido de carbono em 800 mil carros, inclusive a gasolina.


Sabe-se agora que a Comissão Europeia deu à Volkswagen até ao final deste ano para fornecer mais informação sobre esta nova leva do caso. A fabricante escreveu a Bruxelas a pedir mais tempo, depois de a instituição europeia ter fixado um prazo de dias dez dias para que esse esclarecimento fosse feito.


Para fazer face a toda esta polémica, o grupo separou 8,7 mil milhões de euros. Os analistas acreditam que não será suficiente, uma vez que é preciso ter em conta reparações, custos judiciais, indemnizações e ajustes fiscais.


Citado pela Reuters, a revista alemã Wirtschaftswoche escreveu que a chamada às oficinas poderá custar menos três mil milhões de euros do que o previsto. Isto porque a solução técnica encontrada para os motores diesel de 1.6 litros consiste na instalação de um sensor, com um custo de dez euros.


(Notícia actualizada às 15:23 com mais informação e corrigindo os valores de corte no investimento anteriormente avançados pela Bloomberg)

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