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Volkswagen vai despedir 30 mil trabalhadores na Alemanha, Argentina e Brasil

Depois do escândalo das emissões manipuladas, a marca anuncia o "Pacto para o futuro", que passa por uma maior aposta na mobilidade sustentável: "Vamos ser os principais produtores de carros eléctricos".

Bloomberg
18 de Novembro de 2016 às 10:41
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A Volkswagen revelou um novo plano estratégico após o escândalo das emissões manipuladas nos automóveis a gasóleo.

E o primeiro passo do plano "Pacto para o futuro" é eliminar postos de trabalho em diversos países nos próximos cinco anos. "Vamos despedir 30 mil trabalhadores em todo o mundo, 23 mil na Alemanha e o resto no Brasil e na Argentina", disse o administrador do grupo alemão, Karlheinz Blessing, em conferência de imprensa esta sexta-feira, 18 de Novembro.

Nas contas do grupo alemão, liderado por Matthias Müller (na foto), esta reestruturação vai ter um impacto de 3,7 mil milhões de euros por ano nos ganhos da empresa a partir de 2020. Ao mesmo tempo, a marca prevê investir 3,5 mil milhões de euros anuais nos próximos dois anos com a criação de nove mil postos de trabalho.

A marca foi severamente afectada pelo escândalo do "dieselgate", em que as emissões de gases poluentes foram manipuladas em 11 milhões de veículos. Como resultado, a Volkswagen vai ter de pagar até 18 mil milhões de euros em indemnizações a consumidores e reguladores.

Fustigada pela tempestade que teve início em Setembro de 2015, a marca com sede em Wolfsburgo anuncia agora que o carro eléctrico é o futuro da indústria automóvel.


"Temos que investir milhões de euros em carros eléctricos e serviços digitais. A Volkswagen vai ser o primeiro produtor automóvel a avançar em força para o carro eléctrico", disse o administrador do grupo, Herbert Diess, durante a conferência de imprensa na sede da empresa na Alemanha.

"A concorrência vai-nos atacar. Até este dia a Volkswagen não estava preparada, pois apesar de construirmos muitos veículos estamos a ganhar pouco dinheiro com eles", sublinhou o responsável.

"Chegou a altura de fazer uma reforma, para nos prepararmos para o futuro. Este acordo vai tornar a Volkswagen competitiva. Vamos ser os principais produtores de carros eléctricos", afirmou Herbert Diess.

A Volkswagen anunciou também a transformação tecnológica das fábricas na Alemanha para as tornar mais competitivas. Ao mesmo tempo, os carros eléctricos da marca vão ser todos produzidos em duas fábricas na Alemanha.

Herbert Diess destacou que as regiões da Alemanha também vão ter de contribuir para o novo plano, em particular "regiões que não são rentáveis", como na América do Norte e do Sul.

"Vamos aumentar a produtividade em 25%. Vamos passar a construir mais carros com menos pessoas. Os próximos quatro anos vão ser difíceis, mas a Volkswagen está no bom caminho", rematou o gestor.

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