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Sogrape compra quinta em Portalegre para reforçar produção no Alentejo

A maior empresa portuguesa de vinhos junta a Quinta do Centro, no "terroir único" da Serra de São Mamede, à Herdade do Peso. Negócio fechado com um jornalista de vinhos britânico inclui adega e armazém subterrâneo.

Fernando Cunha Guedes lidera a multinacional de vinhos com sede em Vila Nova de Gaia. Paulo Duarte
11 de Setembro de 2018 às 14:16
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A Sogrape comprou a Quinta do Centro, uma propriedade com 13 hectares de vinha localizada na sub-região de Portalegre e que estava nas mãos de Richard Mayson, um jornalista de vinhos britânico. Este negócio, cujos valores não foram divulgados pelas partes envolvidas, responde à "ambição de conquistar uma posição cada vez mais relevante no Alentejo".

 

Além das vinhas no "terroir único" da Serra de São Mamede e que "prometem dar origem a grandes vinhos", o acordo divulgado esta terça-feira, 11 de Setembro, pela maior empresa de vinhos portuguesa, inclui ainda uma adega com capacidade de vinificação de 100 mil quilos e um armazém subterrâneo onde podem envelhecer até 18 mil litros de vinho em barrica.

 

A Quinta do Centro, localizada entre os 500 e 600 metros de altitude, é a mais recente aposta da Sogrape no Alentejo, onde está presente desde 1991, ano em que lançou o Vinha do Monte, produzido então com uvas compradas na região da Vidigueira. Em 1996 acabou por adquirir a Herdade do Peso, situada em Pedrogão, no mesmo concelho, que ocupa uma área total de 465 hectares, dos quais 120 estão ocupados por videiras.

 

Na nova propriedade do grupo liderado por Fernando Cunha Guedes, 10,5 hectares têm vinhas plantadas nas últimas duas décadas e e há também 2,5 hectares de vinhas velhas, com cerca de 70 anos de idade. Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Grand Noir, Syrah, Viognier, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon são as castas existentes na Quinta do Centro.

 

"À equipa de enologia da Sogrape cabe agora explorar as oportunidades desta sub-região que se revela cada vez mais atractiva ao consumidor português e internacional, e desta forma complementar o portefólio de vinhos da empresa produzidos no Alentejo, fortalecendo as suas credenciais enquanto produtor de referência", lê-se na nota enviada às redacções.

 

A Sogrape tem produção de vinho nas regiões portuguesas do Douro, Verdes, Dão, Bairrada, Alentejo e Madeira, assim como operações produtivas espalhadas por Espanha, Chile, Argentina e Nova Zelândia. A movimentação internacional mais recente, anunciada em Março deste ano, foi a compra de uma segunda empresa em Espanha, a Bodegas Aura, que somou à Bodegas LAN adquirida em 2012.

 

Detentora de marcas como Mateus Rosé, Sandeman ou Barca Velha, a empresa que a 20 de Junho viu desaparecer o patriarca Fernando Guedes (filho de um dos fundadores e pai do actual presidente executivo), factura acima de 215 milhões de euros, emprega cerca de mil trabalhadores e tem mais de 1.500 hectares de vinha plantada – mais de metade localizada em Portugal –, comercializando uma média de 135 garrafas de vinho por minuto.
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