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Sogrape entra em Lisboa com aquisição da Quinta da Romeira

Depois do Douro, Verdes, Dão, Bairrada, Alentejo e Madeira, a maior empresa portuguesa do setor integra no portefólio os vinhos brancos com Denominação de Origem de Bucelas, produzidos na antiga região da Estremadura.

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04 de Janeiro de 2019 às 16:08
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A Sogrape acaba de comprar a Quinta da Romeira, que detém as marcas Prova Régia e Morgado de Sta. Catherina, à Wine Ventures, que tem como principal acionista Francisco de Sousa Ferreira, antigo administrador da empresa compradora. Esta propriedade com uma área total de 130 hectares, dos quais 75 de vinha – e "a maior folha de arinto do país" – fica localizada em Bucelas, no vale do rio Trancão, a escassos 25 quilómetros da capital portuguesa.

 

Após a aquisição (por valores não detalhados pelas partes) desta quinta existente desde 1703, a maior empresa portuguesa do setor dos vinhos, liderada por Fernando Cunha Guedes há quatro anos, assegura que vai continuar a fazer "investimentos em toda a cadeia de valor, desde a viticultura, passando pela enologia, até ao mercado, para desenvolver um projeto sustentado e de longo prazo na região de Lisboa", como se passou a designar em 2009 a antiga região de vinhos da Estremadura.

 

"Entrar em Lisboa era, para a Sogrape, obrigatório. E fazê-lo através da sub-região de Bucelas é, para nós, um enorme motivo de alegria e orgulho, mas também de grande responsabilidade. (…) É uma denominação de origem muito especial, onde reina uma grande casta [arinto] e se produzem vinhos de excecional qualidade", sublinha o CEO Fernando da Cunha Guedes, citado numa nota de imprensa em que promete ainda "ajudar a mudar Lisboa".

 

É uma denominação de origem muito especial, onde reina uma grande casta [arinto] e se produzem vinhos de excecional qualidade. Vamos ajudar a mudar Lisboa. FERNANDO CUNHA GUEDES, CEO DA SOGRAPE

 

Esta nova aquisição surge apenas quatro meses depois de anunciar a compra da Quinta do Centro, uma propriedade com 13 hectares de vinha localizada na sub-região de Portalegre e que estava nas mãos de Richard Mayson, um jornalista de vinhos britânico. Uma propriedade que juntou em termos regionais à Herdade do Peso, num negócio que, justificou na altura, respondeu à "ambição de conquistar uma posição cada vez mais relevante no Alentejo".

 

Fernando Cunha Guedes ascendeu à presidência executiva da Sogrape a 1 de janeiro de 2015. É o quarto na história da empresa - e o terceiro Fernando a sentar-se na cadeira do poder.
Fernando Cunha Guedes ascendeu à presidência executiva da Sogrape a 1 de janeiro de 2015. É o quarto na história da empresa - e o terceiro Fernando a sentar-se na cadeira do poder. Paulo Duarte



A Sogrape já tinha produção de vinho nas regiões portuguesas do Douro, Verdes (em 2018 criou uma nova marca para aproveitar "liberalização" do alvarinho), Dão, Bairrada, Alentejo e Madeira, assim como operações produtivas espalhadas por Espanha, Chile, Argentina e Nova Zelândia. A movimentação internacional mais recente, anunciada em março de 2018, foi a compra de uma segunda empresa em Espanha, a Bodegas Aura, que somou à Bodegas LAN adquirida em 2012.

 

Detentora de marcas como Mateus Rosé, Sandeman ou Barca Velha, a empresa que em junho viu desaparecer o patriarca Fernando Guedes (filho de um dos fundadores e pai do atual presidente executivo), a multinacional com sede em Vila Nova de Gaia fatura acima de 215 milhões de euros, emprega cerca de mil trabalhadores e tem mais de 1.500 hectares de vinha plantada – mais de metade localizada em Portugal –, comercializando uma média de 135 garrafas de vinho por minuto.

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