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Preço da água do Alqueva: Governo trava subida para o dobro e limita aumento a 24%

Novo tarifário previa subida de 140% do valor a pagar pelo consumo de água para o regadio, ao abrigo da fórmula prevista anteriormente. Ministra da Agricultura justifica travão à atualização do tarifário com fatores de otimização do sistema, como o projeto fotovoltaico flutuante.

Barragem do Alqueva
09 de Maio de 2023 às 22:51
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O preço da água do Alqueva destinada a regadio vai aumentar 24%, depois de o Governo ter decididido limitar a atualização do tarifário que, ao abrigo da fórmula anteriormente prevista, devia subir mais do dobro.

O anúncio foi feito esta terça-feira durante a reunião extraordinária do Conselho para o Acompanhamento do Regadio do Alqueva (CARA) que contou com a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, para quem a revisão em alta do tarifário se afigura, no entanto, "essencial" para "a competitividade dos sistemas de agricultura da região de Alqueva e para a manutenção da diversificação cultural do território".

O aumento estabelecido para o preço da água corresponde a um valor médio de 1 cêntimo por metro cúbico (0,01€/m3).

Esta atualização, justifica a ministra citada em comunicado, "foi feita considerando um conjunto de fatores de otimização e não da aplicação de um modelo económico que previa um aumento na ordem de 140%", entre os quais "a implementação de um grande projeto fotovoltaico flutuante na rede primária do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), a expansão do empreendimento para novas áreas de regadio, envolvendo uma diluição dos custos fixos do sistema de distribuição de água, e ainda outras pequenas economias resultantes da gestão integrada das redes primária e secundária e das economias de escala geradas".

"É evidente a importância estratégica da implementação imediata da produção fotovoltaica para autoconsumo, no equilíbrio da gestão do projeto Alqueva e da competitividade agrícola, tendo em conta que esta representa uma das componentes associadas a um maior volume de custos, designadamente no atual contexto, em que a crise global da energia, agravada significativamente pelo conflito armado na Ucrânia, teve como consequência direta uma subida excecional e imprevisível dos custos", realçou.

Segundo a ministra, o Parque Fotovoltaico de Alqueva, "emblemático pelo uso da tecnologia flutuante e representando um investimento na ordem dos 45 milhões de euros, permitirá reduzir, em 50%, os valores das compras à rede de eletricidade, contribuindo para a descarbonização da distribuição de água para o regadio e para o aumento da eficiência hídrica, pela redução da evaporação e do desenvolvimento de algas". "Estamos a investir no presente para assegurar sustentabilidade no uso da água e da energia no futuro. Este é um investimento fundamental para a sustentabilidade da atividade agrícola e a questão energética é crucial".

Para Maria do Céu Antunes, trata-se, aliás, de "mais um passo impactante no cumprimento do Programa Nacional de Regadios, nomeadamente na promoção de novos regadios e na melhoria dos regadios existentes".

"Os efeitos das alterações climáticas são cada vez mais visíveis nas vidas de todas e de todos. Sendo o setor agrícola garante da nossa segurança alimentar, fonte de rendimento para tantas famílias e ponto de partida para tantas oportunidades nos nossos territórios, temos de o tornar mais resiliente, mais eficiente. A estratégia futura para o regadio procurará isso mesmo: compatibilizar sustentabilidade e competitividade, com cada vez mais inovação, tecnologia e conhecimento, contribuindo para sistemas mais inclusivos, mais justos e mais equilibrados", sublinhou.

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