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"Alqueva tem uma característica diferente dos outros regadios. O regadio tradicional tem uma barragem, um reservatório que está a uma cota alta e depois rega a uma cota mais baixa e usa a gravidade para distribuir a água. No Alqueva é ao contrário, a barragem está em baixo e rega em cima, precisamos de uma bomba para colocar a água, o que gera custos elevadíssimos", afirmou José Pedro Salema, CEO da EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva).
Deu o exemplo de um ponto na estação elevatória em que, se ligarem as seis bombas ao mesmo tempo, a fatura, aos atuais preços de energia, seria de 3 milhões de euros por mês, e a EDIA tem mais de duzentos sítios de consumo.
O que coloca uma questão da EDIA. "Como é que conseguimos olhar o futuro com alguma confiança e dizer aos nossos clientes, agricultores e investidores, que o preço da água se mantém apesar dos custos de energia? A única forma e isto é verdade para a agricultura de regadio e para muitas outras indústrias, é que vamos ter de produzir uma parte importante da energia que precisamos, temos de ser autossuficientes em energia", sublinhou José Pedro Salema.
Os agricultores já utilizam a energia solar há dez mil anos, em que se transforma radiação em energia química dentro dos alimentos. "Agora temos de aprender a fazer energia para alimentar as máquinas, as bombas, os sistemas de distribuição, de refrigeração dos nossos alimentos, e hoje isso faz-se com facilidade com a energia fotovoltaica", disse José Pedro Salema, e acrescenta que "fazer fotovoltaico na agricultura é quase natural, é uma extensão natural da nossa atividade".
O efeito sombra
José Pedro Salema revelou que a EDIA batalha há muitos anos para mostrar que é possível colocar painéis fotovoltaicos em estruturas flutuantes junto dos grandes pontos de consumo de água. Considera que um painel fotovoltaico que está sobre a água produz mais do quem um painel fotovoltaico na terra, "porque está mais fresco e é mais eficiente". Um painel fotovoltaico produz mais num dia de inverno de muito sol do que num dia de agosto porque a alta temperatura produz ineficiência.
"Estas estruturas de painéis criam sombra, reduzem a evaporação, o crescimento das algas, que entopem as bombas, os sistemas de filtragem, e não ocupam área agrícola nem agridem a paisagem, críticas feitas aos sistemas de fotovoltaicos de grande escala", observou José Pedro Salema. Acrescenta que "o fotovoltaico produz o máximo de energia quando o sistema de regadio mais de energia, que é o mês de julho. É quase uma obrigação da agricultura de regadio continuar a caminhar ara ser independente do ponto de vista da energia".
João Bento Inácio, CEO do JBI Group, referiu que, na maior parte das explorações do grupo, a água chega por gravidade, sob pressão, por isso não tem grande consumo de energia. Mas nas outras explorações, em que não têm esse fornecimento de água, usam mais bombas e há mais consumo de energia. O próximo passo da JBI vai ser investir em alternativas energéticas ao abrigo do próximo quadro comunitário.
"Com isso podemos baixar custos de produção passando a produzir uma parte da energia que necessitamos mas sem ocupar muito terreno porque não é a melhor opção plantarem-se hectares e hectares de painéis em terrenos com vocação agrícola", assinalou João Bento Inácio.
"Nas explorações estamos com alguns projetos que estão a avançar agora. Na parte da adega tem um impacto grande por causa da refrigeração das cubas que temos no exterior na altura da vindima e o lagar, que estamos a construir, já vai ter painéis fotovoltaicos", conclui António Relvas, administrador da Casa Relvas.
Deu o exemplo de um ponto na estação elevatória em que, se ligarem as seis bombas ao mesmo tempo, a fatura, aos atuais preços de energia, seria de 3 milhões de euros por mês, e a EDIA tem mais de duzentos sítios de consumo.
O que coloca uma questão da EDIA. "Como é que conseguimos olhar o futuro com alguma confiança e dizer aos nossos clientes, agricultores e investidores, que o preço da água se mantém apesar dos custos de energia? A única forma e isto é verdade para a agricultura de regadio e para muitas outras indústrias, é que vamos ter de produzir uma parte importante da energia que precisamos, temos de ser autossuficientes em energia", sublinhou José Pedro Salema.
Os agricultores já utilizam a energia solar há dez mil anos, em que se transforma radiação em energia química dentro dos alimentos. "Agora temos de aprender a fazer energia para alimentar as máquinas, as bombas, os sistemas de distribuição, de refrigeração dos nossos alimentos, e hoje isso faz-se com facilidade com a energia fotovoltaica", disse José Pedro Salema, e acrescenta que "fazer fotovoltaico na agricultura é quase natural, é uma extensão natural da nossa atividade".
O efeito sombra
José Pedro Salema revelou que a EDIA batalha há muitos anos para mostrar que é possível colocar painéis fotovoltaicos em estruturas flutuantes junto dos grandes pontos de consumo de água. Considera que um painel fotovoltaico que está sobre a água produz mais do quem um painel fotovoltaico na terra, "porque está mais fresco e é mais eficiente". Um painel fotovoltaico produz mais num dia de inverno de muito sol do que num dia de agosto porque a alta temperatura produz ineficiência.
"Estas estruturas de painéis criam sombra, reduzem a evaporação, o crescimento das algas, que entopem as bombas, os sistemas de filtragem, e não ocupam área agrícola nem agridem a paisagem, críticas feitas aos sistemas de fotovoltaicos de grande escala", observou José Pedro Salema. Acrescenta que "o fotovoltaico produz o máximo de energia quando o sistema de regadio mais de energia, que é o mês de julho. É quase uma obrigação da agricultura de regadio continuar a caminhar ara ser independente do ponto de vista da energia".
João Bento Inácio, CEO do JBI Group, referiu que, na maior parte das explorações do grupo, a água chega por gravidade, sob pressão, por isso não tem grande consumo de energia. Mas nas outras explorações, em que não têm esse fornecimento de água, usam mais bombas e há mais consumo de energia. O próximo passo da JBI vai ser investir em alternativas energéticas ao abrigo do próximo quadro comunitário.
"Com isso podemos baixar custos de produção passando a produzir uma parte da energia que necessitamos mas sem ocupar muito terreno porque não é a melhor opção plantarem-se hectares e hectares de painéis em terrenos com vocação agrícola", assinalou João Bento Inácio.
"Nas explorações estamos com alguns projetos que estão a avançar agora. Na parte da adega tem um impacto grande por causa da refrigeração das cubas que temos no exterior na altura da vindima e o lagar, que estamos a construir, já vai ter painéis fotovoltaicos", conclui António Relvas, administrador da Casa Relvas.
Candidaturas abertas até 7 de novembro "Água: Regadio Sustentável" é o tema do segundo webinar organizado no âmbito do Prémio Nacional da Agricultura, uma iniciativa do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios em parceria com o BPI, e que conta com o patrocínio do Ministério da Agricultura e o apoio da PwC. Depois de no primeiro webinar terem sido abordados os temas da digitalização, da inovação e da tecnologia, fundamentais para o futuro do setor, foi a vez da água e do regadio, que se defrontam com fortes desafios num futuro próximo, como as alterações climáticas, a descarbonização, e as crescentes exigências regulatórias.
"O setor da agricultura tem demonstrado nos últimos anos uma capacidade de inovação e de resiliência notáveis, o que comprova o acerto da nossa decisão quando elegemos a agricultura como um setor prioritário há mais de dez anos quando o sucesso do setor agrícola não era evidente", referiu Pedro Barreto, administrador do BPI. "O Prémio Nacional de Agricultura ocupa um lugar de destaque nessa estratégia permitindo enaltecer o melhor que se faz em Portugal nesta área e é com todo o gosto que todos os anos somos surpreendidos com projetos fantásticos que muito nos orgulham", concluiu Pedro Barreto.
As candidaturas à 10.ª edição do Prémio Nacional da Agricultura estão abertas até 7 de novembro de 2021.
"O setor da agricultura tem demonstrado nos últimos anos uma capacidade de inovação e de resiliência notáveis, o que comprova o acerto da nossa decisão quando elegemos a agricultura como um setor prioritário há mais de dez anos quando o sucesso do setor agrícola não era evidente", referiu Pedro Barreto, administrador do BPI. "O Prémio Nacional de Agricultura ocupa um lugar de destaque nessa estratégia permitindo enaltecer o melhor que se faz em Portugal nesta área e é com todo o gosto que todos os anos somos surpreendidos com projetos fantásticos que muito nos orgulham", concluiu Pedro Barreto.
As candidaturas à 10.ª edição do Prémio Nacional da Agricultura estão abertas até 7 de novembro de 2021.