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Silva Lopes favorável a “cortar muito nas pensões altas” diz que rendimento de Filipe Pinhal é uma “extorsão”
Ex-ministro das Finanças critica um dos principais impulsionadores do Movimento dos Reformados Indignados e diz ser favorável a “grandes cortes nas pensões”, apesar de acreditar que tal não seja aprovado pelo Tribunal Constitucional.
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Silva Lopes diz estar em “profundo desacordo” com o Movimento dos Reformados Indignados, mostrando-se favorável a “cortar muito nas pensões altas. Cortar mesmo muito”.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo, o ex-ministro das Finanças diz que “não vê mal nenhum” que as pensões elevadas possam sofrer um corte de 90%. “Sou a favor de grandes cortes nas pensões. E por mim gostaria muito, embora não acredite que o Tribunal Constitucional aprove isso”, afirmou Silva Lopes, assinalando que esta posição vai “contra o meu próprio interesse”.
O ex-ministro das Finanças critica Filipe Pinhal, pelo facto de o ex-presidente do BCP classificar de “extorsão” o corte na sua pensão.” Extorsão é o rendimento que lhe atribuíram. Quando se atribui a um tipo um rendimento de 20 ou 25 mil euros num país onde há gente que tem reformas de 400 euros, isso não é extorsão? Claro que é extorsão”, referiu.
Quanto ao corte de 4 mil milhões de euros na despesa que o Governo pretende implementar até 2015, Silva Lopes assinala que “não haverá maneira de fazer cortes sem ser nos salários ou nas remunerações sociais. É por isso que não sou muito entusiasta do corte dos quatro mil milhões de euros, reconheço que talvez seja necessário, mas por agora andava com cuidado”.
“Só temos duas alternativas à austeridade: ou conseguimos que nos emprestem mais dinheiro ou conseguimos que aumentem bastante as exportações”, refere Silva Lopes, reconhecendo não ser “grande entusiasta das políticas do governo. O que se passa em Portugal depende mais da senhora Merkel do que do doutorº Passos Coelho. Neste momento, não temos instrumentos nem capacidade para, sozinhos, traçarmos o nosso destino”.
Sobre o salário mínimo, Silva Lopes não acredita que uma redução do valor “aumentasse o emprego ou reduzisse muito o desemprego”. Mas alerta que “aumentar o salário mínimo também é difícil porque as empresas estão com muitas dificuldades”.