Notícia
"A maioria dos nossos devedores é PME em dificuldades"
Dívida média ronda os 10 mil euros. Há empresas que se aproveitam, diz o o presidente do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.
Qual o valor global dívida em 2008?
Não posso revelar porque as contas consolidadas ainda não foram apresentadas. Como se compreende que esse valor esteja há tantos anos para ser apurado em definitivo? Por causa dos sistemas informáticos. Há 3, 4 anos iniciou-se a sério a consolidação do sistema financeiro e da conta-corrente, porque não havia elementos sólidos para apresentar. Este ano julgo que poderemos ter uma noção mais precisa.
Andará muito longe dos 3,2-3,3 mil milhões de euros?
Julgo que não.
Qual é o retrato-tipo do devedor?
PME, essencialmente, com dívida média de 10 mil de euros. Cerca de 85% é empresas [os outros devedores são trabalhadores independentes] e são representativas do tecido empresarial português.
A dívida deve-se a dificuldades financeiras ou é gestão de tesouraria?
Temos muito devedor do têxtil e da construção porque os sectores estão mesmo em crise. Em regra, a dívida decorre da fragilidade do sector. Agora, sendo a Seg. Social, tal como o IVA, entregue em regime de autoliquidação, e mensalmente, claro que é mais tentador a um empresário financiar-se dessa forma.
Nesse contexto, como vêem a descriminalização da não entrega de retenções na fonte das contribuições até 7.500 euros?
A criminalização de todas as dívidas emperrava a Justiça.
Não era mais dissuasor se houvesse criminalização?
A criminalização, com os tempos que a nossa Justiça demora, não oferece grande dissuasão. Além disso, os nossos empresários não fazem ideia de que quando estão a pagar as contribuições estão a entregar 11% dos trabalhadores e 23% da empresa, e que não entregar os primeiros é crime. Eles não têm essa noção, só o sabem quando vêm ter connosco renegociar a dívida.
Não posso revelar porque as contas consolidadas ainda não foram apresentadas. Como se compreende que esse valor esteja há tantos anos para ser apurado em definitivo? Por causa dos sistemas informáticos. Há 3, 4 anos iniciou-se a sério a consolidação do sistema financeiro e da conta-corrente, porque não havia elementos sólidos para apresentar. Este ano julgo que poderemos ter uma noção mais precisa.
Andará muito longe dos 3,2-3,3 mil milhões de euros?
Julgo que não.
Qual é o retrato-tipo do devedor?
PME, essencialmente, com dívida média de 10 mil de euros. Cerca de 85% é empresas [os outros devedores são trabalhadores independentes] e são representativas do tecido empresarial português.
A dívida deve-se a dificuldades financeiras ou é gestão de tesouraria?
Temos muito devedor do têxtil e da construção porque os sectores estão mesmo em crise. Em regra, a dívida decorre da fragilidade do sector. Agora, sendo a Seg. Social, tal como o IVA, entregue em regime de autoliquidação, e mensalmente, claro que é mais tentador a um empresário financiar-se dessa forma.
Nesse contexto, como vêem a descriminalização da não entrega de retenções na fonte das contribuições até 7.500 euros?
A criminalização de todas as dívidas emperrava a Justiça.
Não era mais dissuasor se houvesse criminalização?
A criminalização, com os tempos que a nossa Justiça demora, não oferece grande dissuasão. Além disso, os nossos empresários não fazem ideia de que quando estão a pagar as contribuições estão a entregar 11% dos trabalhadores e 23% da empresa, e que não entregar os primeiros é crime. Eles não têm essa noção, só o sabem quando vêm ter connosco renegociar a dívida.
