Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Mota Soares está convicto de que corte nas pensões cai

Ministro lembra que o Governo assumiu o compromisso como Parlamento e Cavaco Silva.

  • 6
  • ...

O Ministro da Segurança Social foi esta quarta-feira à Assembleia da República deixar a sua "convicção pessoal" de que a polémica contribuição de solidariedade sobre as pensões não avançará para o ano. Já sobre a aplicação de um corte definitivo aos reformados da Caixa Geral de Aposentações (CGA), outra das medidas que está em cima da mesa, nada disse.

A deslocação de Pedro Mota Soares ao Parlamento foi motivada por um agendamento do PS para tentar clarificar o futuro da polémica contribuição de solidariedade dos pensionistas, a popularizada "TSU dos pensionistas", uma prestação que tem ajudado a azedar as relações na coligação governamental. No discurso de abertura, Carlos Zorrinho desafiou o Governo a clarificar a sua posição sobre esta taxa da discórdia, que acabou por manter-se no memorando negociado com a troika, mas também dos cortes retroactivos nas pensões dos antigos funcionários do Estado.

Na resposta, Mota Soares centrou-se apenas na chamada "TSU do pensionistas", para reafirmar que o Governo tudo fará para evitar a medida, lembrando que esse compromisso já foi assumido junto do próprio Presidente da República. Além de evocar a posição que o Governo tem assumido nos últimos dias, o governante sublinhou ainda estar "pessoalmente convicto" de que ela não avançará em 2014. Mas não foi só.

Além de ter repetido a versão oficial do Governo, sublinhado a sua convicção pessoal e lembrado o compromisso assumido perante Cavaco Silva, Mota Soares aproveitou ainda para reforçar a versão do CDS-PP a propósito da turbulência deste fim-de-semana.

"O Governo trabalhou para conseguir e conseguiu que esta medida não seja uma obrigação para o Estado português. Mais, conseguiu que não seja um ‘benchmark estrutural’", sublinhou o ministro. Depois de Paulo Portas ter sido colocado debaixo de fogo por alegadamente ter dado o dito pelo não dito, o CDS tem-se esforçado por explicar que conseguiu uma vitória nestas reuniões. Ao ter conseguido que a medida saiu da categoria de "structural benchmark", ela deixa de ser obrigatória. Trata-se de uma versão diferente da relatada por outros protagonistas que garantem que a medida sempre foi facultativa.

Dentro do Governo, o CDS tem dirigido a sua artilharia para as pensões do Estado, por considerar que é aí que se devem concentrar os cortes, mas o partido tem evitado assumir a questão em público. No memorando da sétima avaliação está assumido um corte médio de 10% nas reformas da CGA (além do agravamento do factor de sustentabilidade e da "TSU dos pensionistas") e ontem, Carlos Zorrinho garantiu que o PS não aceitará "qualquer aplicação abusiva do princípio da convergência" das pensões públicas com as do privado. À esquerda do PS, Jorge Machado do PCP diz que "o ataque aos reformados" viola o contrato de confiança dos cidadãos com o Estado. Mariana Aiveca, do BE, afirmou que já ninguém acredita nas boas vontades do CDS, e José Luís Ferreira, d’Os Verdes, apontou que o Governo já está em situação de pré-reforma.

Ver comentários
Saber mais Mota Soares cprte nas pensões TSU dos pensionistas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio