Notícia
Médicos pedem a Vieira da Silva que clarifique o que é "deficiência"
Em 2018 havia 107 mil crianças e jovens a receber subsídio de deficiência. O Público avança que para além dos casos de crianças que precisam de óculos, também há subsídios atribuídos por asma, problemas dermatológicos e dentários.
Segundo o matutino, o ministério de Vieira da Silva ainda não deu resposta aos médicos. Mas reconheceu ao jornal que foi registado "um acréscimo localizado" deste tipo de requerimentos, pelo que o Instituto da Segurança Social "está a averiguar as causas desse aumento e identificará as medidas que venham a ser necessárias e ajustadas".
Os requerimentos para a bonificação ao abono de família aumentaram desde que a possibilidade de aceder a esta quantia mensal pela necessidade de utilizar óculos foi posta a circular nas redes sociais.
Governo diz que a competência é dos médicos
mas admite novas medidas
Em comunicado, o Ministério da Segurança Social (MTSSS) refere que a prestação por deficiência, criada há 22 anos, "não se destina em específico a óculos", mas sim "a compensar as famílias dos encargos resultantes da sua situação de deficiência das crianças ou jovens.
"O reconhecimento do direito a esta prestação depende da existência de deficiência", que nos termos do decreto-lei 133-B/97 "é entendida como perda ou anomalia congénita ou adquirida de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica, em função da qual seja necessário o recurso aos apoios pedagógicos ou terapêuticos, como meio de impedir o seu agravamento, anular ou atenuar os seus efeitos e permitir a sua plena integração social".
"Neste sentido, a caracterização da deficiência tem sempre por base critérios médicos na avaliação das diferentes situações, constituindo a certificação da deficiência a materialização da prova, que se pretende clara e inequívoca quanto à necessidade dos apoios a prestar", sendo "da total responsabilidade dos médicos atestar o tipo de deficiência, a natureza da deficiência e se esta, a existir, tem ou não efeitos e quais para o desenvolvimento da criança", não cabendo à Segurança Social "contestar pareceres clínicos".
Ainda assim, tendo a Segurança Social "verificado um acréscimo localizado de requerimentos para bonificação por deficiência, está a averiguar as causas desse aumento e identificará as medidas que eventualmente venham a ser necessárias e ajustadas tomar".