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Um terço dos portugueses diz ser difícil evitar visitas à família e amigos

Um inquérito divulgado pela Escola Nacional de Saúde Pública mostra um aumento dos comportamentos de risco desde meados de fevereiro e traça o perfil das pessoas que mais continuam a estar com os familiares e os amigos.

No Natal, as medidas de confinamento aplicadas em Portugal foram menos rígidas do que no Ano Novo.
Estela Silva/Lusa
23 de Março de 2021 às 13:11
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Quase metade (46,3%) dos portugueses refere que o seu estado de saúde global está entre um nível razoável e muito mau, enquanto um em cada cinco (21,9%) assume mesmo que todos ou quase todos os dias se sente "agitado, ansioso, em baixo ou triste" devido às medidas de distanciamento físico impostas pela pandemia.

 

Estes dados foram revelados esta manhã por Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, que na reunião realizada na sede do Infarmed, em Lisboa, atestou que nas últimas duas a três quinzenas verificou-se um aumento dos comportamentos de risco, ainda que "ligeiro".

 

Isso é visível, por exemplo, nos indicadores sobre o uso de máscara quando saem de casa (era cumprido por 91% a 19 de fevereiro e passou para 86% a 19 de março); ou sobre as saídas de casa nas últimas semanas sem ser para ir trabalhar: no mesmo intervalo de tempo passou de 17% para 26,4% a percentagem que diz fazê-lo todos ou quase todos os dias.

 

Difícil ou muito difícil é também como 21,5% dos inquiridos assume ser o cumprimento do teletrabalho, que continua a ser obrigatório para as funções que se adequam a este regime laboral. E ainda maior é a dificuldade reportada atualmente em evitar visitas a familiares e a amigos (36,9%) ou para ficar em casa (35,2%).

 

Na reunião em que Henrique Barros revelou que a presença das crianças nas escolas não tem um "papel relevante" no risco de infeção das famílias, Carla Nunes traçou ainda um perfil das pessoas que reconheceram ser difícil ou muito difícil evitar as visitas a amigos e a familiares, sustentando mesmo que as autoridades deviam equacionar uma "estratégia de sensibilização" específica.

 

Neste grupo encaixam as pessoas de menor escolaridade, com pior estado de saúde mental, que mostram maiores dificuldades de ficar em casa e cumprir o distanciamento social, que consideram as medidas do Governo pouco ou nada adequadas e que estão em trabalho presencial, total ou parcialmente. Isto é, resumiu a investigadora, "são as pessoas que já saem de casa para trabalhar que reportam mais dificuldade em evitar visitas a familiares e amigos".

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