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Tweet de Hillary Clinton pode ter diminuido preço de medicamento

No início da semana, uma empresa farmacêutica aumentou o preço de um medicamento de 13,5 dólares para 750 dólares. Entre as críticas esteve a voz de Hillary Clinton. Sem especificar valores, a empresa já anunciou que vai baixar o preço.

Bloomberg
24 de Setembro de 2015 às 18:11
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No início desta semana a notícia de um aumento do preço de um medicamento de 13,50 dólares para 750 dólares tornou-se viral, gerou uma onda de contestação nas redes sociais e criou títulos em vários jornais por todo o mundo. Em causa estava o Daraprim, um medicamento usado para o tratamento infecções crónicas causadas por parasitas. A decisão do aumento brutal do preço do medicamento aconteceu depois da empresa Turing Pharmaceuticals ter adquirido os direitos de comercialização do mesmo, escreveu jornal The New York Times.  

A notícia não passou ao lado de Hillary Clinton que escolheu o Twitter para comentar o assunto. "Uma escalada dos preços desta maneira no mercado farmacêutico é ultrajante. Amanhã vou avançar com um plano para resolver isto", anunciou Hillary Clinton, no Twitter, na segunda-feira. O tweet da candidata à Casa Branca nas próximas eleições presidenciais americanas gerou reacções imediatas, não só dos utilizadores das redes, mas também dos mercados investidores das biotecnológicas.


Já na terça-feira, 22 de Setembro, a candidata à Casa Branca incentivou ainda os utentes americanos a comprarem medicamentos noutros países, desde que cumpram as normas de segurança americanas.


Consequência directa ou não, a empresa Turing Pharmaceuticals já anunciou esta terça-feira, 23 de Setembro, o CEO da Turing Pharmaceuticals afirmou que a empresa concordou em "baixar o preço do Daraprim para um valor que permita à empresa continuar a obter lucro, mas um lucro muito baixo", entrevista à ABC News. "Acreditamos que estas mudanças serão bem recebidas", acrescentou.


Na mesma entrevista, a empresa comprometeu-se ainda a colaborar com os hospitais e os utentes caso-a-caso para que todos possam ter acesso ao medicamento.

Ainda antes do anúncio, a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas tinha dito que o custo do medicamento era "injustificável", sublinhando que se trata de um "tratamento de primeira linha" e que o seu custo era "insustentável para o sistema de saúde".

Na altura, Martin Shkreli, o director da empresa, disse que o aumento do preço visava aumentar os lucros, para acrescentar depois que o dinheiro seria usado para pesquisar novos tratamentos. 

O tema voltou a colocar em discussão a gestão e acção da indústria farmacêutica. Nos Estados Unidos da América os clientes dividem-se entre as companhias de seguros de saúde e o Governo, através do sistema de Medicare e Medicaid. A BBC escreve que a pesquisa e desenvolvimento da indústria farmacêutica tem vindo a diminuir e as empresas têm por isso escolher onde querem investir, o que gera e questiona a moralidade das decisões. Enquanto medicamentos como o Viagra atraem investimento, tratamentos para doenças raras, naturalmente usados por menos pacientes, não conseguem tanto investimento.

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