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Partidos espanhóis apostam nas redes sociais para conquistar eleitores indecisos

A pouco mais de uma semana das eleições gerais espanholas, os partidos sabem que as redes sociais são plataformas vitais para captar indecisos, ainda que sejam formatos que os partidos emergentes manejam melhor que os tradicionais.

Bloomberg
10 de Dezembro de 2015 às 21:13
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"Fundamentalmente [o que mudou na comunicação política em Espanha] foi a incorporação de novos elementos sociais que estão habituados a outro tipo de informação ou a procurar canais de informação próprios. Não são só as plataformas digitais - redes sociais ou canais de Youtube -, [...]dentro das próprias redes formam-se comunidades de gente jovem que se incorpora na política", disse à agência Lusa o especialista em comunicação política Fran Carrillo.

Essa realidade "obrigou os partidos tradicionais a reinventarem-se, a colocar as suas mensagens e o seu ideário em novos canais e novas vias para poderem conseguir chegar [ao eleitorado]".

As redes sociais permitem aos políticos espanhóis "comunicar" directamente com 21 milhões de pessoas, uma escala nunca vista em eleições gerais anteriores. Em Espanha, 85% desses milhões de seguidores ligam-se às redes em média 14 vezes ao dia, principalmente através do telemóvel, o que dá a oportunidade a um líder partidário de "falar" 14 vezes ao dia aos votantes.

Os principais partidos (PP, PSOE, Ciudadanos, Podemos e Izquierda Unida) têm equipas especializadas para actuar nas redes, mas com vantagem para os emergentes - Podemos e Ciudadanos - que já "nasceram na Internet".

O Podemos de Pablo Iglesias tem cerca de 400 voluntários - coordenados por 20 responsáveis - a trabalhar nas redes sociais. Resultado: o partido tem mais de um milhão de seguidores no Facebook e 800 mil no Twitter.

Ainda assim, o presidente do Governo, Mariano Rajoy (PP), continua a ser o líder político mais mencionado no Facebook (76%), seguido de Pablo Iglesias (Podemos, 38%),Albert Rivera (Ciudadanos, 25%), Pedro Sánchez (PSOE, 15%) e Alberto Garzón (IU, 12%).

Fran Carrillo considera que as redes sociais "servem para multiplicar, garantir ou relançar uma mensagem, mas com cuidado para não se cometer erros".

"Um tweet não te dá um voto, mas um mau tweet pode tirar-te um voto. Continuo a acreditar na comunicação tradicional como a melhor forma de conquistar as pessoas", afirma o especialista, que já trabalhou com partidos como o Ciudadanos. O cara-a-cara e a televisão, considerou Fran Carrillo, "continuam a funcionar acima" destas novas vias.

"Ainda não há nada que as supere - nem em penetração de mensagem, nem em identificação colectiva - para que um candidato se sobreponha a outro", salientou o perito, reiterando que "ter 100 mil seguidores não significa 100 mil votos".

O apoio a um tweet publicado ou a uma publicação do Facebook é "apenas uma via para conhecer o alcance da penetração [da mensagem]".

Fran Carrillo recorre a um histórico do PSOE para exemplificar o seu pensamento: "Felipe Gonzalez disse recentemente que perdia sempre em todas as sondagens de popularidade e de intenção de voto e depois ganhava as eleições. Ser o mais popular não significa que ganhes. Agora, o líder com mais seguidores é o Pablo Iglesias e não vai ganhar as eleições".

As eleições gerais espanholas realizam-se a 20 de Dezembro. As sondagens mais recentes do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) apontam para uma vitória do PP (sem maioria absoluta), o que abre caminho a acordos pós eleitorais.
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