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Gouveia e Melo quer "consequências" na vacinação indevida de jovens no Porto
Confrontado com os casos de vacinação indevida reportados no Centro de Vacinação do Cerco, no Porto, o líder da "task-force" adiantou já ter feito uma participação à Polícia Judiciária e à Inspeção Geral das Atividades em Saúde.
A "task-force" para a vacinação em Portugal, liderada por Henrique Gouveia e Melo, apresentou queixa à Polícia Judiciária e à Inspeção Geral das Atividades em Saúde por causa de um caso de vacinação indevida que se registou esta semana no Centro de Vacinação do Cerco, no Porto.
A SIC está a adiantar a suspensão da diretora do Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Oriental. No entanto, em declarações ao Negócios, tanto a "task-force" como a ARS Norte negaram ter conhecimento da saída da responsável.
Em declarações prestadas na Ilha de Porto Santo (Madeira), o coordenador do plano de vacinação disse já ter contactado o responsável da ARS Norte, presidida por Carlos Nunes, que instaurou um inquérito para apurar os factos.
Em causa está uma polémica surgida nas redes sociais, envolvendo a filha da apresentadora da TVI, Maria Cerqueira Gomes, que, com apenas 18 anos, mostrava estar já imunizada contra a covid-19. A vacina terá sido administrada precisamente no Centro de Vacinação do Cerco, no Porto.
Aliás, vários centros de vacinação dentro da ARS Norte terão vacinado indiscriminadamente, ao longo de quarta e quinta-feira, um número ainda indeterminado de pessoas com idades abaixo dos 30 anos, que é a faixa etária mais jovem elegível para a vacinação neste momento.
Estas pessoas só precisariam de aparecer à porta de um centro de vacinação daquela área administrativa entre as 17:00 e as 19:30 e esperar na fila. Ainda está disponível no site oficial da junta de freguesia de Campanhã uma informação nesse sentido.
Segundo o coordenador da task-force, que descreveu este como "o primeiro caso de uma coisa deste género" desde que assumiu estas funções, "alguém com responsabilidade resolveu vacinar pessoas que não estão elegíveis para vacinação", o que "consagra uma desobediência clara ao plano". E acrescentou que vai procurar que sejam retiradas "as consequências que têm de ser retiradas".
"A minha equipa regista todos os eventos que possam ser suspeitos e fazemos diversas participações, mas nunca tive um caso desta dimensão que consagra uma desobediência clara ao plano. Alguém com responsabilidade resolve vacinar pessoas que não estão elegíveis para vacinação", insistiu Henrique Gouveia e Melo, notando que "a vigilância sempre foi apertada e não vai ficar mais apertada".