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Maiores de 18 anos vão começar a ser vacinados a 4 de julho

A meta avançada para a inoculação de 70% da população está a ser posta em causa pelo atraso na entrega de vacinas, mas ainda assim, a vacinação da faixa etária mais jovem deve arrancar já em julho.

O presidente da “task force” para a vacinação enfrenta novo obstáculo.
Mário Cruz/Lusa
23 de Junho de 2021 às 11:40
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A notícia foi avançada pelo o coordenador da task force para a vacinação. O vice-almirante Gouveia e Melo espera começar a vacinar todas as faixas etárias numa altura em que a meta para a vacinação de 70% da população fixada em 8 de agosto parece estar ameaçada.

"Dentro de duas semanas vamos ter todas as faixas etárias em processo de vacinação", disse o vice-almirante deixando antecipar o início da vacinação das pessoas com 18 a 30 anos de idade a 4 de julho.

O avanço no processo de vacinação para a faixa etária mais jovem vai ser feito quando 40% da faixa etária anterior estiver já vacinada. Habitualmente, só se avançaria para a faixa etária seguinte alcançada a inoculação de 60% do grupo anterior, mas abaixo dos 50 anos a meta foi reduzida para que se avance mais rapidamente no processo.

A intervenção serviu ainda para esclarecer preocupações quanto às assimetrias regionais em termos de idades e cobertura vacinal registada nos país, afirmando que "quando começámos a vacinar a população mais idosa criámos uma distorção, porque há regiões mais envelhecidas que outras".

Essa distorção começou a ser corrigida quando os esforços do programa de vacinação se concentraram nas faixas dos 50 e 60 anos de idade – uma faixa etária melhor distribuída e com maior prevalência nas zonas urbanas.

Ainda assim, é provável que as grandes regiões urbanas se mantenham um pouco atrás em termos de cobertura vacinal face ao resto do país, já que "as zonas mais populosas são as que temos mais dificuldade porque existe menos margem de manobra para dar grandes impulsos ao processo de vacinação".

Meta de 70% da população vacinada pode estar comprometida

O coordenador da task force para a vacinação garante que o país só não vacina mais por falta de doses devido a "adiamentos de entregas e produção de vacinas em duas marcas". São esses atrasos que estão a pôr em causa a meta de 70% da população vacinada na data prevista.

"A expectativa de terminar os 70% a 8 de agosto tem sido comprometida por adiamentos de entregas e produção de vacinas em duas marcas, mas estou a fazer o melhor que posso para otimizar os stocks que temos para cumprir a meta. Mas julgo que é prudente dizer que essa meta pode atrasar-se 15 dias se continuarmos a ter uma redução das entregas. Se a redução for muito grave, a meta será posta em causa", disse esta manhã na Assembleia da República.

Nesta altura, o país está a vacinar a um ritmo em torno das 100 mil doses por dia mas "se aumentarmos os horários, que é coisa que fazemos quando necessário, podemos ir até às 140 mill", explicou voltando a reiterar que "não é por falta de capacidade" que o ritmo não é superior.

"Temos stocks muito limitados e arriscamos muito na esperança de que cheguem vacinas na semana seguinte. Conseguimos saber as vacinas que vão chegar com o prazo médio de um mês, e às vezes essas previsões acabam por não se cumprir. Temos que manter um stock para não comprometer segundas doses se houver uma quebra no fornecimento", concluiu.

Variante Delta preocupa

Outra das preocupações do plano nacional de vacinação é o perigo da variante Delta do vírus que, segundo o coordenador a task force, é menos afetada pela vacina da AstraZeneca.

"Estudos no Reino Unido dizem que uma vacina da AstraZeneca tem só cerca de 30% de proteção e devemos acelerar a sua segunda dose. A DGS fez com que se reduzisse o intervalo da doses da vacina de 12 semanas para 8 para acelerar a vacinação sem perder a eficácia", explicou na Assembleia.

Esta vacina foi administrada sobretudo a pessoas com idades compreendidas entre os 60 e os 80 anos, o que as torna mais vulneráveis ao vírus.

Nesta altura, a variante Delta começa a proliferar em Portugal, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo onde é já responsável por mais de 60% dos casos, segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.

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