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Creme para a acne aumenta 3.900% para quase nove mil euros

A Novum Pharma está a protagonizar mais um caso polémico de subida do preço de um produto farmacêutico. Desta vez é para tratamento de acne, com uma bisnaga de 60gr a custar quase nove mil euros, revela o Financial Times.

Paulo Duarte/Negócios
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É um aumento de 3.900% para quase dez mil dólares, perto de nove mil euros. Trata-se de creme para combater a acne, produzido pela farmacêutica norte-americana Novum Pharma. Foi na semana passada que esta empresa, com sede em Chicago, aumentou o preço da sua embalagem de 60 gramas de Aloquin, utilizado no tratamento de problemas como o acne e os eczemas, de 128 dólares (114,5 euros) para 9.561 dólares (8.555 euros no câmbio actual), de acordo com o Financial Times.

Esta pomada tem dois componentes principais baratos, prossegue a publicação. Um dos componentes desta pomada da Novum está também presente em outros medicamentos muito mais baratos, e custam cerca de 30 dólares (pouco mais de 26 euros).

Além disso, a Novum subiu também o preço de outro creme para a cara, o Alcortin, na mesma percentagem. Já o Novacort, também uma pomada cuja embalagem tem 29 gramas, subiu de 4.186 dólares (cerca de 3.745 euros no câmbio actual) para 7.142 dólares (6.390 euros), segundo a mesma fonte.


Na campanha eleitoral norte-americana, o elevado preço dos medicamentos é um tema na ordem do dia. A candidata democrata, Hillary Clinton, criticou várias empresas. A 24 de Agosto, Clinton fez mesmo um duro ataque à farmacêutica Mylan, condenando o aumento em mais de 500%, no espaço de uma década, do preço de um medicamento produzido por aquele laboratório.


Desde 2007, quando comprou o produto, o valor de venda da EpiPen – uma caneta de adrenalina injectável para tratamento urgente de alergias – galgou de 100 dólares para os actuais 600 dólares. "É ofensivo – e é apenas o exemplo mais recente de uma empresa a tentar aproveitar-se dos seus consumidores. É errado que as farmacêuticas coloquem os seus lucros à frente dos seus pacientes, aumentando os preços sem justificação," apontou na altura Clinton.


No outono do ano passado, foi a vez de a Turing Pharmaceuticals ter estado sob fortes críticas da então pré-candidata, depois de ter aumentado o preço de um comprimido antiviral utilizado por pacientes com SIDA de 12 euros para 665 euros. E em Janeiro coube à Valeant ouvir a ex-secretária de Estado, depois de a companhia ter aumentado o preço de venda de um medicamento para tratamento de doenças cardíacas.


Hillary já se comprometeu a reduzir o preço dos medicamentos caso chegue à Casa Branca nas eleições de Novembro, expandindo o acesso a produtos genéricos e permitindo a compra de fármacos no estrangeiro.

Entretanto, a 29 de Agosto, o laboratório farmacêutico Mylan anunciou o lançamento de uma versão genérica do mesmo fármaco que custará metade do preço do medicamento original. O genérico da EpiPen deverá custar 300 dólares por cada embalagem com duas unidades, metade dos 600 dólares que custa a versão de marca, referia na altura o Wall Street Journal (WSJ).

 

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