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Caso Huawei: Dirigentes da Saúde põem lugar à disposição, ministro prefere esperar
Seis dirigentes da Saúde colocaram hoje os lugares à disposição, na sequência da polémica das viagens pagas por um parceiro da Huawei - a Nos - à China. O ministro apreciou o gesto, mas prefere esperar pela IGAS antes de aceitar a saída dos seis dirigentes.
As polémicas viagens à China pagas por uma empresa parceira da Huawei - que o Eco diz ser a Nos - a dirigentes dos Ministérios da Saúde e Finanças levaram hoje pelo menos seis dirigentes a colocarem os seus lugares à disposição, incluindo um que (ao que se sabe) nem sequer participou nas viagens: o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). De acordo com um comunicado do gabinete do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes registou o gesto, mas prefere esperar pela investigação em curso antes de tomar uma decisão.
A notícia foi dada pelo Expresso no passado sábado: em 2015, cinco altos quadros do Ministério da Saúde e outro da Autoridade Tributária viajaram até à China (este último noutra altura) pagos por uma empresa associada da Huawei. De acordo com o jornal online Eco, essa empresa foi a Nos, que gastou 12.516 euros para levar 14 pessoas à China - além dos cinco dirigentes da Saúde, viajaram ainda nove representantes dos três maiores grupos de saúde privada nacionais.
O ministro da Saúde pediu uma "intervenção urgente" da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS). Esta segunda-feira "ocorreram diversas reuniões com os referidos dirigentes, na sequência das quais foram colocados à disposição os respectivos lugares", lê-se no comunicado enviado às redacções, "em particular pelos senhores presidente e vogal do Conselho de Administração da SPMS".
De acordo com a notícia do Expresso, o presidente da CA não faz parte dos elementos da SPMS que viajaram até à China.
Contudo, Adalberto Campos Fernandes nada decidiu, para já. "O Ministério da Saúde, na convicção de que o exercício de funções públicas exige obrigações especiais de transparência, rigor comportamental e observância dos princípios éticos, regista como positiva esta atitude", mas entende "ser adequado aguardar pelas respectivas conclusões" da investigação da IGAS, as quais habilitarão a uma tomada de decisão definitiva, justa e fundamentada". A investigação tem "carácter de urgência" e que encontra-se "em desenvolvimento".
Do lado do Ministério das Finanças, o funcionário em causa, Carlos Santos, que é chefe de equipa multidisciplinar de 2.º nível do Núcleo de Sistemas Distribuídos, está a ser investigado pela própria Autoridade Tributária, que abriu um inquérito para "verificação das circunstâncias que levaram à autorização e aceitação da viagem em questão".
Nuno Barreto, que também viajou até à China a expensas da Huawei, demitiu-se do cargo de adjunto do secretário de Estado das Comunidades.
Notícia actualizada às 18:35 com a informação de que a parceira é a Nos.