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Caso Huawei: Dirigentes da Saúde põem lugar à disposição, ministro prefere esperar

Seis dirigentes da Saúde colocaram hoje os lugares à disposição, na sequência da polémica das viagens pagas por um parceiro da Huawei - a Nos - à China. O ministro apreciou o gesto, mas prefere esperar pela IGAS antes de aceitar a saída dos seis dirigentes.

Adalberto Campos Fernandes - Saúde: O ex-presidente do Centro Hospitalar de Lisboa Norte mantém a tradição do antecessor, Paulo Macedo, e é o segundo ministro mais elogiado, com 14,4% dos inquiridos a considerarem-no o melhor do Executivo. Neste particular, Adalberto Campos Fernandes, 57 anos, só perde para Mário Centeno, embora este especialista e mestre em Saúde Pública seja apontado por muito menos gente (3,7%) como o pior governante da equipa de António Costa.
Bruno simão
28 de Agosto de 2017 às 18:07
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As polémicas viagens à China pagas por uma empresa parceira da Huawei - que o Eco diz ser a Nos - a dirigentes dos Ministérios da Saúde e Finanças levaram hoje pelo menos seis dirigentes a colocarem os seus lugares à disposição, incluindo um que (ao que se sabe) nem sequer participou nas viagens: o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). De acordo com um comunicado do gabinete do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes registou o gesto, mas prefere esperar pela investigação em curso antes de tomar uma decisão.

 

A notícia foi dada pelo Expresso no passado sábado: em 2015, cinco altos quadros do Ministério da Saúde e outro da Autoridade Tributária viajaram até à China (este último noutra altura) pagos por uma empresa associada da Huawei. De acordo com o jornal online Eco, essa empresa foi a Nos, que gastou 12.516 euros para levar 14 pessoas à China - além dos cinco dirigentes da Saúde, viajaram ainda nove representantes dos três maiores grupos de saúde privada nacionais.

No caso da Saúde, todos os funcionários trabalham nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS): Artur Trindade Mimoso, vogal do conselho de administração, Nuno Lucas, director de sistemas de informação, Ana Maurício, directora de comunicação, Rui Gomes, director de sistemas de informação e Rute Belchior, directora de compras.

 

O ministro da Saúde pediu uma "intervenção urgente" da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS). Esta segunda-feira "ocorreram diversas reuniões com os referidos dirigentes, na sequência das quais foram colocados à disposição os respectivos lugares", lê-se no comunicado enviado às redacções, "em particular pelos senhores presidente e vogal do Conselho de Administração da SPMS".

 

De acordo com a notícia do Expresso, o presidente da CA não faz parte dos elementos da SPMS que viajaram até à China.

 

Contudo, Adalberto Campos Fernandes nada decidiu, para já. "O Ministério da Saúde, na convicção de que o exercício de funções públicas exige obrigações especiais de transparência, rigor comportamental e observância dos princípios éticos, regista como positiva esta atitude", mas entende "ser adequado aguardar pelas respectivas conclusões" da investigação da IGAS, as quais habilitarão a uma tomada de decisão definitiva, justa e fundamentada". A investigação tem "carácter de urgência" e que encontra-se "em desenvolvimento".

 

Do lado do Ministério das Finanças, o funcionário em causa, Carlos Santos, que é chefe de equipa multidisciplinar de 2.º nível do Núcleo de Sistemas Distribuídos, está a ser investigado pela própria Autoridade Tributária, que abriu um inquérito para "verificação das circunstâncias que levaram à autorização e aceitação da viagem em questão".

Em Julho, o Observador já havia noticiado que a Huawei tinha pago viagens à China a diversos políticos e detentores de cargos públicos. Entre eles estavam Sérgio Azevedo, um dos vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Luís Newton, presidente da junta de freguesia da Estrela, Ângelo Pereira, presidente do PSD Oeiras e candidato do partido ao município, Paulo Vistas, presidente da câmara de Oeiras, Nuno Custódio, vice-presidente do PSD Oeiras, Rodrigo Gonçalves, vice-presidente do PSD Lisboa, e João Mota Lopes, ex-director do Instituto de Informática da Segurança Social.

Nuno Barreto, que também viajou até à China a expensas da Huawei, demitiu-se do cargo de adjunto do secretário de Estado das Comunidades.


Notícia actualizada às 18:35 com a informação de que a parceira é a Nos.

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