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Passos diz que há duas opções: "Seguir em frente" ou "voltar a tempos de facilidade"

Passos Coelho e Paulo Portas assinaram este sábado uma declaração conjunta que formaliza a aliança pré-eleitoral para as legislativas deste ano. Nos discursos dos dois líderes, ficaram evidentes as críticas às promessas eleitorais do PS.

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Está desfeito o tabu: PSD e CDS vão mesmo coligados às eleições legislativas deste ano. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas assinaram, poucos minutos depois das 20 horas, uma declaração conjunta que formaliza a coligação para as eleições legislativas. Portas explicou que a aliança se faz em nome do "interesse de Portugal", Passos sublinhou que o objectivo é prosseguir o "projecto que está a recuperar o país". Mas a principal mensagem de ambos foi um alerta às facilidades prometidas pelo PS. "É a responsabilidade, e não a inconsciência, que nos liberta", avisou Passos Coelho.

 

Passos Coelho, que falou em segundo lugar, começou por dizer que "nunca antes se fez em Portugal uma coligação que trouxesse tanta estabilidade e tanta confiança ao País". E isso aconteceu "apesar das diferenças significativas entre os nossos dois partidos". "Eles souberam gerar um compromisso suficientemente forte" para evoluir o país. "A aliança é forte porque tem um trabalho grande para mostrar aos portugueses e porque conseguiu sempre fazer o que tinha de ser feito para que hoje pudéssemos ambicionar um melhor futuro para todos", defendeu Passos.

 

E é com base no trabalho feito pelo actual Governo que os portugueses terão de escolher "se querem avançar e seguir em frente com todo o trabalho que mostra resultados claros, ou se preferem olhar para trás e trazer de volta tempos de facilidade que nos saíram tão caros". É que, de acordo com o primeiro-ministro, "estamos a caminhar bem mas é preciso ter cuidado para não prejudicar o que está a ser feito. Ser cauteloso nunca fez mal", sublinhou.

 

"Já passamos por demasiado para nos deixarmos cair em circunstâncias imprudentes". "É a responsabilidade e não a inconsciência que nos liberta. Neste dia carregado de simbolismo, sabemos que só nos libertaremos das más notícias do passado se escolhermos a via da responsabilidade", sintetizou Passos Coelho.

 

Portas sugere "prudência e caldos de galinha"

 

O nome do PS não foi uma única vez referido, mas era por demais evidente que era aos socialistas, e ao cenário macroeconómico apresentado na passada terça-feira, que Passos e Portas e se referiam nos seus discursos. Portas lembrou que "PSD e CDS foram chamados a governar com a casa a arder" e enquanto "outros trouxeram a troika, a nós coube-nos o encargo de a fazer sair". Dizendo estar consciente do esforço que os portugueses fizeram, Portas também colocou aos portugueses dois cenários.

 

"Quando o mais difícil já passou, é mais seguro entregar o Governo a partidos que, por natureza, estão próximos da economia real, e a fazem evoluir, ou devolver o Governo do país a quem criou o problema financeiro, chamou a troika e sujeitou Portugal às condições dos credores?".

 

Mais à frente, o vice-primeiro-ministro prometeu uma recuperação do poder de compra "gradual" mas "firme". E disse que o plano do PSD e do CDS, reflectido do Programa de Estabilidade enviado para Bruxelas, "é viável porque o défice ficará em 2015 abaixo dos 3%". "Sugiro aos nossos concidadãos prudência e caldos de galinha com os que prometem ao mesmo tempo subir a despesa e baixar as receitas. Baixar o IRS e ao mesmo tempo disparar o défice e a divida é ilusão porque a conta não fecha e os orçamentos são verificados em Bruxelas", alertou, numa referência mais directa ao PS.

 

Por outro lado, e sobre a proposta de baixar a TSU sobre trabalhadores e empresas, sugerida pelos sábios do PS, Portas afiançou que a coligação não vai "causar o colapso nas actuais contribuições dos trabalhadores, porque isso financia e paga as pensões dos actuais reformados". "Trabalharemos pela coesão entre gerações".

 

Direita e independentes podem formar "maioria estável"

 

De acordo com Paulo Portas, a coligação vai unir os dois partidos mas abrir o espaço da direita "a sectores independentes e inovadores". PSD e CDS, "juntamente com independentes, podem formar uma maioria que dê a Portugal um Governo estável. Portugal precisa disso para avançar", sustentou. "Somos partidos diferentes mas temos uma cultura de compromisso e capacidade de entendimento. Noutros sectores isso não se verifica", realçou, numa farpa à esquerda.

 

A declaração conjunta assinada no feriado do 25 de Abril terá de ser submetida à aprovação dos dois partidos, já que o entendimento foi feito entre os líderes.

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