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Eleições vistas de fora: Austeridade, Passos, Merkel e Catarina são os vencedores

Da Península Ibérica a França, passando pela Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos: segundo os jornais internacionais, Passos Coelho e as suas políticas de austeridade saíram vencedoras deste domingo, mas as condições de governabilidade são incertas.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 05 de Outubro de 2015 às 11:37
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Numa primeira reacção, os olhares da imprensa internacional sobre os resultados eleitoral variam. Há quem saliente o copo meio vazio (a direita perdeu lugares no Parlamento e a maioria absoluta) e há quem distinga o copo meio cheio (PSD/CDS aguentam-se). Em comum, perpassa a conclusão de que os portugueses validaram a estratégia da austeridade dos últimos anos. A surpresa do Bloco de Esquerda também merece várias referências. 


Bloomberg: "Passo Coelho, campeão da austeridade, mostra caminho da vitória a Rajoy"

Para a agência noticiosa Bloomberg, os resultados eleitorais deste domingo, 5 de Outubro, mostram que há vida para além da austeridade para os políticos europeus.

Lembrando que tanto Mariano Rajoy, em Espanha, como Enda Kenny, na Irlanda, enfrentam eleições nos próximos meses, a agência cita um analista a dizer que a derrota do PS é música para os ouvidos para o líder do PP espanhol. O centro esquerda foi visivelmente incapaz de construir uma narrativa anti-austeridade credível e convicente, diz Nicholas Spiro, director da Spiro Sovereign Strategy em Londres. 


 
Financial Times: "Passos Coelho ganha eleições em Portugal"

É com um título meramente descritivo que o Financial Times arranca a notícia sobre os resultados eleitorais deste domingo, 4 de Outubro. O jornal considera que este resultado acaba por validar as teorias de Angela Merkel e de outros defensores de austeridade orçamental para os países com problemas de dívida.

O FT recorda ainda que o PS terá dificuldade em fazer coligações à sua esquerda, já que "o fosso político entre o PS e o BE e o PCP é maior do que entre o PS e o PSD/CDS".

Wall Street Journal: "Coligação perde maioria no Parlamento"  

Nos Estados Unidos, o Wall Street Jornal descreve os resultados, dizendo que a coligação liderada por Pedro Passos Coelho ficou bem à frente do PS, mas sublinha que perdeu a maioria no Parlamento. A conclusão resulta da aritmética: "Os resultados inesperadamente altos aumentam, mas não asseguram a reeleição de Passos Coelho para um segundo mandato de quatro anos".

Euronews: "Política de austeridade compensa"

O Euronews salienta que a política de austeridade compensou eleitoralmente. "No que foi visto como um teste de duras medidas de austeridade, [Passos Coelho] ele é o primeiro líder na Europa para ser reeleito" depois de ter enfrentado um programa de assistência, salienta a publicação.

 

O desempenho do Bloco de Esquerda é igualmente destacado. 


El País: "Portugal apoia nas urnas as políticas de austeridade do Governo"

Em Espanha, o El País interpreta os resultados deste domingo, 5 de Outubro, como um apoio dos portugueses às políticas de austeridade implementadas pelo Governo nos últimos quatro anos. Num outro artigo, o jornal sustenta que a eleição de domingo traduz igualmente a luz verde dos portugueses para que a austeridade prossiga, já que, sem ela, não é possível que se cumpram as metas orçamentais.

Irish Times: "Governo português reeleito, apesar dos anos de austeridade"

O jornal irlandês replica uma peça da agência noticiosa Reuters, onde se sublinha que Passos Coelho é o primeiro líder europeu a ser reeleito após ter adoptado duras medidas durante a crise, e destaca o quadro de incerteza política que emerge do resultado deste domingo, 5 de Outubro.

 

Guardian: "Coligação de centro-direito retém poder mas pode perder a maioria"

A peça do jornal britânico foi fechada ainda não tinham sido contados 100% dos votos, mas já apontando para a tendência geral: vitória sem maioria.

Para o Guardian, estas eleições foram um referendo às políticas de austeridade. 

Le Monde: "Coligação de direita mantém-se no poder"

O jornal francês salienta que a estratégia de Passos Coelho, que opôs um discurso de estabilidade ao de incerteza, deu frutos. Numa outra peça, prévia às eleições, o jornal descrevia também estas eleições como um referendo à austeridade nos últimos quatro anos. O bom resultado do Bloco de Esquerda, equiparado ao Syriza grego, é também realçado. 

EU Observer: "Coelho reeleito primeiro-ministro de Portugal"

O EU Observer destaca as vitórias da noite, da maioria e do Bloco de Esquerda, e diz que o próximo grande desafio é convencer António Costa a não chumbar o Orçamento do Estado para 2016. 

Les Echos: "Direita vence, apesar da austeridade"

O jornal francês salienta o facto de a direita portuguesa ter ficado longe do resultado obtido em 2011 e de não dispor de um mandato claro para governar em ambiente estável, já que a esquerda conquistou a maioria dos assentos no Parlamento. 

Die Zeit: "Conservadores perdem maioria no Parlamento"

Na Alemanha, o jornal olha para o copo meio vazio e destaca o abalo eleitoral sofrido pela coligação e o facto de a esquerda ter conquistado uma maioria no Parlamento. Portugal enfrenta condições de governação difíceis. 

Suddeutsche Zeitung: "Passos Coelho comemora reeleição"

O jornal alemão diz que estas eleições eram um teste às políticas de austeridade e que, nessa medida, suscitou a atenção internacional. O jornal diz ainda que durante a campanha António Costa já se tinha comportado como futuro primeiro-ministro, mas acabou por ir cedendo caminho, devido ao efeito José Sócrates e ao facto de ter acabado por admitir que a rota da austeridade seria para manter.

Ta Nea: "Vitória de Pirro para Coelho, que forma governo minoritário"

Apesar da vitória da coligação, o resultado foi pouco entusiasmante para a direita e deixa Passos Coelho na corda bamba durante os próximos meses, escreve o grego Ta Nea. Um analista citado pela publicação diz que o governo terá dificuldades em avançar com reformas. 

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