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Costa recusa seguir "o caminho fácil" em campanha, sem contas e sem programa

O secretário-geral do PS admitiu na terça-feira estar a seguir o caminho mais difícil na campanha eleitoral, recusando tentar passar de mansinho sem programa, e defendeu que é um direito saber ao que vai um candidato a primeiro-ministro.

30 de Setembro de 2015 às 00:44
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António Costa falava no discurso de encerramento do comício socialista na Feira Industrial de Lisboa (FIL), em que referiu ter ouvido "críticas extraordinárias" à sua actuação, porque passava a campanha eleitoral a discutir números, quando as campanhas fazem-se a distribuir promessas.

 

"Pois estão muito enganados, não é assim que faço campanhas eleitorais, nunca foi assim que fiz campanhas eleitorais. Se calhar teria sido mais fácil fazer como eles fazem [coligação PSD/CDS-PP], não propondo nada para o futuro, nada de contas a apresentar - e tudo passava de mansinho. Há outros que gostam mais de outro estilo, mas eu gosto desta minha maneira de fazer política", declarou o líder socialista.

 

Depois, o líder socialista referiu-se à crise de confiança que existe na sociedade portuguesa em relação aos políticos e defendeu a seguinte tese: "Os portugueses têm o direito de exigir a quem se candidata a primeiro-ministro que diga com clareza ao que vai e que explique como que pretende efectivamente cumprir efectivamente o que propõe".

 

António Costa invocou também a sua experiência como presidente da Câmara de Lisboa, entre 2007 e 2015, dizendo que em cada mandato foi sempre eleito com mais votos do que no anterior.

 

"Fiz sempre mais do que prometi", advogou, antes de dramatizar o que está em jogo nas eleições do próximo domingo, advertindo que estão em causa "os pilares básicos do futuro coletivo" do país.

 

No seu discurso, Costa lançou uma crítica directa à ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, dizendo que a cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP por Setúbal "até pode martelar as contas para disfarçar o défice num ano". "Mas não pode disfarçar a dor sentida por milhões de portugueses todos os dias", contrapôs.

 

O secretário-geral do PS sustentou que é tempo agora "de unir os portugueses", após quatro anos de um Governo que dividiu tudo e todos, que quis pôr os cidadãos contra os funcionários públicos - "como se a função pública fosse o princípio e o fim de todos os males" -, contra os desempregados e contra os pensionistas.

 

Neste último ponto, referente aos mais idosos, o líder socialista acusou mesmo o executivo PSD/CDS-PP de transmitir para os mais jovens "o sentimento horrível do egoísmo". "Exploraram o egoísmo junto dos mais jovens, como se fosse decente um Governo transmitir como valor aos mais jovens de uma sociedade o egoísmo como valor motivacional. Tentaram convencer os jovens que teriam melhor futuro se os pais tivessem um ordenado mais baixo e se os avós tivessem uma pensão mais baixa, mas os jovens sabem que a melhor expectativa que têm sobre o futuro é aquilo que vêem sobre os seus os pais e seus avós", acrescentou o secretário-geral do PS. 

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