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Trump diz que protestos nos EUA são "terror interno" e admite militares nas ruas

Se os autarcas e os governadores "falharem", o Presidente ameaçou que não terá quaisquer problemas em mobilizar os militares norte-americanos, considerando-se um "aliado dos protestos pacíficos".

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02 de Junho de 2020 às 01:44
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O Presidente dos Estados Unidos classificou na segunda-feira os protestos dos últimos dias como "terror interno", enquanto a polícia dispersava com gás lacrimogéneo os manifestantes concentrados em frente à Casa Branca, em Washington.

  

Os disparos das autoridades contra os manifestantes, que têm saído à rua um pouco por todo o país na sequência da morte do cidadão afro-americano George Floyd devido a uma ação policial, eram audíveis ao longo dos cerca de 16 minutos de discurso de Donald Trump, transmitido pela página da Casa Branca na rede social Twitter.

 

"Isto não são protestos pacíficos, isto são atos de terror doméstico, é a destruição de vidas inocentes. O derramamento de sangue humano é uma ofensa contra a humanidade e um crime contra Deus", considerou o chefe de Estado norte-americano.

 

Trump explicitou que, "nos últimos dias, a nação ficou agarrada por anarquistas" e "multidões violentas", tendo anunciado "ações presidenciais imediatas para parar a violência e restaurar a segurança" no país.

 

"Vou mobilizar todos os recursos federais disponíveis, civis e militares, para parar os motins e as pilhagens […], e proteger os norte-americanos que obedecem às regras", prosseguiu Trump.

 

Donald Trump recomendou também "veementemente a todos os governadores" para "mobilizarem a Guarda Nacional em número suficiente para dominar as ruas".

 

Se os autarcas e os governadores "falharem", o Presidente ameaçou que não terá quaisquer problemas em mobilizar os militares norte-americanos, considerando-se um "aliado dos protestos pacíficos".

 

"A minha primeira obrigação enquanto Presidente é defender o nosso grande país e o povo norte-americano", realçou Trump, durante a comunicação ao país, acrescentando que a morte de Floyd "não vai ser em vão" e que "será feita justiça".

 

Depois da conferência de imprensa, o Presidente norte-americano caminhou até à Igreja Episcopal de São João, localizada perto da Casa Branca, e que ficou degradada na sequência de atos de vandalismo à margem os protestos contra o racismo da noite anterior.

 

A chegar à apelidada 'igreja dos presidentes', onde deflagrou um incêndio na noite de domingo, Trump agarrou numa Bíblia e disse que os Estados Unidos são "um ótimo país".

 

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

 

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

 

Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

 

Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.

 

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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