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Trump dá luz verde aos estímulos pandémicos e orçamento federal

O presidente cessante dos EUA recuou e acabou por decidir assinar a proposta relativa ao pacote de estímulos è economia e ao orçamento federal, depois de muitos republicanos terem criticado a decisão de devolver o projeto ao Congresso, que levou milhões de americanos a perderem auxílios ao desemprego.

EPA
28 de Dezembro de 2020 às 03:39
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Donald Trump decidiu assinar e dar força de lei ao projeto de estímulos pandémicos e de financiamento do país que tinha sido aprovado no Congresso e que no passado dia 23 tinha sido devolvido à procedência pelo ainda presidente dos EUA.

 

O ainda residente na Casa Branca estava a ser criticado não só pelos democratas mas também por republicanos, dado que o reenvio ao Congresso de um projeto que demorou cerca de meio ano a ser aprovado fez com que milhões de americanos perdessem auxílios ao desemprego - já que dois programas extraordinários de auxílio ao desemprego expiraram neste sábado, 26 de dezembro, afetando 9,5 milhões de pessoas.

 

Esta noite, deu a saber que tinha assinado o projeto de lei, sublinhando que era sua responsabilidade "proteger as pessoas do nosso país da devastação e da crise económica" decorrentes da covid-19.

 

No sábado, Joe Biden, que tomará posse como sucessor de Trump no próximo dia 20 de janeiro, tinha acusado o republicano de "abdicar das suas responsabilidades".

 

Mas Trump, apesar de assinar, deixou recados: "Enquanto presidente, comuniquei ao Congresso que queria menos gastos supérfluos e mais dinheiro a ser canalizado para o povo americano, sob a forma de cheques de 2.000 dólares por adulto e de 600 dólares por cada criança", referiu neste domingo à noite, citado pelo The Guardian.

 

"Vou assinar a lei geral do orçamento e o pacote covid com uma forte mensagem que torna claro para o Congresso que os itens supérfluos devem ser eliminados. Reenviarei ao Congresso uma versão emendada, acompanhada do pedido formal para que esses fundos sejam retirados do projeto de lei", acrescentou.

 

"Estou a assinar esta lei para restaurar os subsídios de desemprego, travar os despejos, providenciar ajuda às rendas, adicionar mais fundos para o programa de proteção salarial, voltar a colocar ao trabalho os trabalhadores das nossas companhias aéreas, acrescentar substancialmente mais dinheiro para a distribuição de vacinas, e muito mais", referiu Trump.

O líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell, aplaudiu de imediato a decisão.

 

Os mercados bolsistas na Ásia inverteram para a alta assim que se soube a notícia, e em Wall Street os futuros dos principais índices norte-americanos também subiram.


A história do recuo

 

Num "surpreendente tweet noturno", como lhe chamou a CNBC, o presidente cessante dos Estados Unidos disse na passada quarta-feira que o pacote de estímulos pandémicos no valor de 900 mil milhões de dólares – o segundo este ano – era uma "desgraça" e instou os congressistas a procederem a várias alterações, incluindo um maior valor nos pagamentos diretos aos particulares e famílias.

 

O tweet de Trump, que incluiu um vídeo onde falava sobre o que considerava serem as muitas falhas do projeto de lei, foi publicado menos de 24 horas depois de o Senado ter dado luz verde [logo a seguir à Câmara dos Representantes] ao documento – altura em que foi enviado para a Casa Branca para ser promulgado pelo presidente e passar a lei.

 

Trump não tinha feito qualquer ameaça de vetar a proposta – que, além do pacote de estímulos, inclui também o projeto de financiamento do governo federal no valor de 1,4 biliões de dólares para que este continue a funcionar –, pelo que constituiu uma surpresa o facto de devolver o projeto ao Congresso.

 

"Quero que o Congresso emende este projeto de lei e aumente o ridiculamente baixo valor de 600 dólares dos cheques individuais, para 2.000 dólares – ou 4.000 dólares no caso de ser um casal", afirmou no vídeo.

 

Recorde-se que no pacote de ajuda contra a covid-19, no valor de 900 mil milhões de dólares, estão previstos cheques de estímulo aos particulares no valor de 600 dólares a quem aufira menos de 75.000 dólares por ano.

 

Assim, o valor total do projeto hoje assinado por Trump – com os estímulos pandémicos e o financiamento federal para 2021 – é de 2,3 biliões de dólares.

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