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Telmo Correia: "Boa viagem e que não haja acidentes, porque quem paga são os portugueses"

O CDS-PP encerrou a sua participação na discussão do programa de Governo de António Costa com um discurso cheio de críticas à aliança à esquerda e a um Executivo que, considerou, "o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita".

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03 de Dezembro de 2015 às 16:03
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Telmo Correia começou a sua intervenção dirigindo-se ao "Sr. Primeiro-ministro não eleito de Portugal" o que suscitou de imediato um coro de protestos nas bancadas à esquerda. "Eu digo não eleito, porque o contrário de não eleito é eleito, é quem ganhou as eleições, e esse chama-se Pedro Passos Coelho e está ali sentado", prosseguiu.

 

O CDS-PP fechava assim a sua intervenção na discussão do programa de Governo de António Costa, esta quinta-feira, 2 de Dezembro, com um discurso muito crítico e a antecipar um futuro difícil ao PS, ancorado num acordo parlamentar à esquerda que Telmo Correia afirmou várias vezes não ter pés para andar.

 

"Dizem que vieram para virar a página, criar o tempo novo e ao mesmo tempo querem a nossa colaboração? Nós que recuperámos o país da vossa bancarrota e pusemos a economia a crescer? Não faz sentido. Os senhores escolheram o rumo, os ‘compagnons de route’. Agora boa viagem e que não haja acidentes, porque quem paga são os portugueses", declarou, rematando: "E permitam que vos diga, com amizade, que a viagem seja breve".

 

Em jeito de balanço, num discurso inflamado como lhe é habitual, Telmo Correia considerou que o debate do programa encerrou uma "certa contradição". "Sendo clarificador, este debate deixa dúvidas. Clarifica o papel que caberá a cada uma das forças políticas e de quem será a responsabilidade do caminho e das opções. Mas também deixa muitas dúvidas em relação à solidez desta maioria parlamentar, em relação à estabilidade que conseguem garantir e quanto ao rumo que vão seguir".

 

Porque, prosseguiu, citando um provérbio popular, "o que nasce torno tarde ou nunca se endireita". E esta solução "nasce torta", porque "é de quem não ganhou as eleições", não satisfaz "garantias essenciais", e junta partidos com visões distintas e mesmo opostas".

 

Tanto que, continuou, "do ponto de vista ideológico o muro está lá e continua sólido. O que caiu foi o PS, para o outro lado do muro".

E Telmo Correia, num estilo que lhe é muito característico, recordou uma intervenção de António Costa em 2002 em que este terá dito que o CDS era "uma espécie de banquinho" que o PSD usava "para subir ao poder". Já o que se passa agora é que temos "dois banquinhos pequeninos, um deles com uma pena falsa, separados entre si, em equilíbrio e o primeiro-ministro de agora, muito mais pequeno que o da altura [Durão Barroso], numa jigajoga a ver se se consegue equilibrar".

 

O deputado do CDS-PP teve uma intervenção muito contestada à esquerda, com frequentes comentários e à partes que obrigaram amiúde Ferro Rodrigues a tentar pôr ordem nos trabalhos. Telmo Correia terminou afirmando para o novo Governo que "fica claro assim que não estamos no vosso barco e que não seremos responsabilizados pelos erros que se preparam para cometer".

 

(notícia actualizada às 17:45 com mais declarações)

 

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