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Sr. Presidente, como gostaria de ser lembrado? "Como bom pai e bom avô"

No dia em que faz dois anos da sua eleição, Marcelo deu uma aula em Camarate onde deixou bem claras as suas prioridades. A lição foi sobre empatia, mas também sobre como melhorar Portugal.

Lusa
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Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito há dois anos e goza de uma popularidade invejável quando comparada com a de anteriores Presidentes da República. Mas na hora de responder à pergunta feita por uma jovem sobre o motivo pelo qual gostaria de ser lembrado pelas gerações vindouras, o chefe de Estado não teve dúvidas: "Em primeiro lugar ter sido um bom pai e um bom avô". De resto, deixou uma espécie de guião para melhorar Portugal.

A aula foi numa escola em Camarate, Lisboa, e os jovens que se juntaram à volta do Presidente tinham várias questões para colocar, na maior parte dos casos sobre temas mais relacionados com questões de cidadania, como a violência doméstica, o racismo, o desemprego jovem, entre outros.

De microfone na mão e com o à-vontade de quem passou a vida da dar aulas, o Presidente da República foi respondendo, evitando que a conversa resvalasse para temas mais políticos e centrando-se nos interesses que os alunos demonstravam.

Uma das respostas mais surpreendentes aconteceu quando o chefe de Estado, que respira política desde o berço, foi questionado por uma aluna sobre como espera ser lembrado pelas gerações vindouras. Rápido na resposta, Marcelo não teve dúvidas em estabelecer prioridades e em destacar que a ordem não foi escolhida ao acaso. "Em primeiro lugar, ter sido um bom pai e um bom avô. Depois um bom professor. E, sendo caso disso, ter cumprido esta missão" de ser a primeira figura do Estado. Isto, "por esta ordem", destacou.

Antes, Marcelo tinha falado sobre a necessidade de respeitar os outros – explicando que só desta forma "é possível entender os problemas das pessoas" – uma característica útil a qualquer um incluindo a um político. A honestidade "em termos pessoais" e também "profissionais" foram também características apontadas por Marcelo de que um político precisa numa das primeiras respostas que deixou aos jovens que o quiseram questionar.

Num registo mais habitual, o chefe de Estado elogiou a situação em que Portugal se encontra mas desafiou todos para uma mudança que permita melhorar o país.

Depois de um ano em que a vida política portuguesa pareceu "uma montanha russa", o chefe de Estado considera que o país já está numa fase de reconstrução e contou que em Agosto quando esteve nas áreas ardidas de Pedrógão já havia verde a rebentar do chão. "A natureza tinha tido um processo de recuperação antes mesmo de comissões e relatórios."

"Portugal está a mudar para melhor", diz, lembrando que houve uma crise, a saída dela, a recuperação dos rendimentos e o fim dos cortes. Mas acrescentando que Portugal não pode ficar de braços cruzados porque o mundo não pára e é preciso chegar a todos. "Temos de ir mais depressa e melhor. Temos de melhorar mais depressa porque há sectores onde o que melhorou não chega." E os "desafios" não são fechados.

Feitos os elogios, o Presidente da República deixou uma espécie de receita para ir mais além. "Em primeiro lugar temos de ter a noção dos problemas e não tapar com o dedo o sol." Depois, Marcelo salienta que "não podemos perder a exigência" e avisa que "não pode haver medo em debater, em discutir. Dizer o que achamos que devemos mudar, porque a diferença é enriquecedora na democracia".

O Presidente recuperou duas áreas-chave que destacou no seu discurso da tomada de posse, que aconteceu em Março de 2016. A educação e a coesão social são as áreas em que Marcelo considera que devem ser colocados os esforços. Porque é "muito difícil aguentar a crista da onda" e só a aposta na formação e na redução das desigualdades permite que as melhoras cheguem a todo o lado. É que "isso enfraquece-nos". 

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