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Sampaio da Nóvoa acusa Marcelo de reduzir os outros políticos a "figurantes"

O antigo candidato presidencial considera que "não é bom para a democracia" o predomínio político do chefe de Estado. Elogia a consistência do Governo de Costa e a possibilidade de o Bloco integrar o próximo Executivo.

Bruno Simão
25 de Janeiro de 2018 às 11:50
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António Sampaio da Nóvoa critica o "desgaste da imagem e da palavra presidencial" por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, contra quem concorreu nas eleições realizadas há dois anos, apontando ainda "outro efeito negativo, que é o de muitas vezes reduzir o papel dos outros actores políticos quase a figurantes".

 

"Muitas vezes temos a sensação de que deputados, governantes, presidentes de câmara fazem quase papel de figurantes. Isso não é bom para a democracia, provavelmente depois destes primeiros anos haverá uma certa normalização, uma maior sobriedade na forma de intervir do Presidente", insistiu o antigo reitor da Universidade de Lisboa, numa entrevista ao Público e à Renascença.

 

O ex-candidato independente, que contou com o apoio de uma franja significativa do aparelho do PS, advertiu ainda para o "desgaste" da influência do chefe de Estado – eleito com 52% dos votos e com uma taxa actual de aprovação de 87% no barómetro da Aximage –, que "pode num determinado momento fazer a ideia do peso da última palavra perder-se um pouco".

 

Um estudo da Marktest mostrou que, desde a eleição, Marcelo passou 177 horas, 7 minutos e 48 segundos nos espaços de informação dos canais generalistas da televisão portuguesa (RTP 1, RTP2, SIC e TVI). Mais tempo, por exemplo, do que Cavaco Silva e José Sócrates em conjunto, quando coincidiram o primeiro ano completo em Belém e São Bento.

Sampaio da Nova, que em Janeiro de 2016 acabou a noite a festejar o resultado de 22,88%, considerou ainda que o Governo liderado por António Costa "está muito consistente e coerente com o acordo que fez com os dois [três, incluindo Os Verdes] partidos à esquerda". Não antevê "nenhuma perturbação desse caminho" no ano e meio que falta até às eleições legislativas, confiando que "é uma possibilidade" a entrada do Bloco de Esquerda no próximo Executivo. "É preciso que saiam governos com estabilidade, que é um valor muito importante", completou.

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