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Silva Lopes não acredita em acordo "de alma e coração" entre três partidos
O economista José Silva Lopes disse hoje duvidar que os três partidos que assinaram o memorando de entendimento com a 'troika' consigam estabelecer "de alma e coração" um compromisso de salvação nacional.
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"Não vejo como é que partidos se vão entender de alma e coração quando têm a perspectiva de eleições logo a seguir", disse o antigo governador do Banco de Portugal num hotel em Lisboa, à margem da apresentação do livro 'O meu programa de Governo', do jornalista da SIC José Gomes Ferreira.
Para Silva Lopes, se a actual crise política persistir, "as taxas de juro dispararão" e os mercados duvidarão do regresso de Portugal ao financiamento autónomo.
"Se não houver uma solução mais clara em que os mercados acreditem, as consequências sobre a economia portuguesa serão mais negativas", considerou.
O Presidente da República propôs na quarta-feira, numa comunicação ao país, um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de Junho de 2014.
Cavaco Silva considerou também "extremamente negativo para o interesse nacional" a realização imediata de eleições legislativas antecipadas.
A declaração do Chefe de Estado surgiu depois de ter ouvido todos os partidos com representação parlamentar e com os parceiros sociais e na sequência do pedido de demissão apresentado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia 02 de Julho.