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Seguro: "Aquilo que eu e os portugueses exigimos é a verdade" sobre o caso Tecnoforma

O líder socialista quer ouvir o primeiro-ministro, e não o Parlamento, a prestar declarações sobre o assunto. "Julgo que o primeiro-ministro é o primeiro a ter interesse em explicar essa verdade", afirmou Seguro.

Bruno Simão/Negócios
23 de Setembro de 2014 às 20:29
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O PS exige o apuramento de "toda a verdade" no caso Tecnoforma que envolve o primeiro-ministro. António José Seguro quer "menos palavras sobre o assunto e mais verdade" da parte de Pedro Passos Coelho.

 

Durante o seu tempo como deputado, Passos Coelho estava obrigado a declarar rendimentos extra, mas segundo o jornal Público não declarou - nem à Assembleia da República nem às finanças - pagamentos feitos pela empresa Tecnoforma, com a qual colaborava.

 

"Aquilo que eu exijo e todos os portugueses exigem é a verdade. Saber a verdade para assumir responsabilidades, caso haja necessidade de alguém as prestar", disse o secretário-geral do PS esta terça-feira, 23 de Setembro.

 

"Se alguém violou a lei e é primeiro-ministro obviamente que se tem que tirar daí as devidas consequências. Mas o mais importante é que haja um esclarecimento para depois, em função do apuramento dos factos, nos pronunciarmos sobre as consequências desses mesmos factos", declarou.

 

O líder do maior partido da oposição quer ouvir o primeiro-ministro, e não o Parlamento, a prestar declarações sobre o assunto. "Julgo que o primeiro-ministro é o primeiro a ter interesse em explicar essa verdade. Os portugueses exigem. Este é mais um caso que não pode ficar na opacidade", exige António José Seguro.

 

Assim, é necessário "apurar toda a verdade e haver um esclarecimento: recebeu ou não dinheiro indevido? Se recebeu dinheiro indevido por parte de corpos públicos então tem que haver uma explicação para isso. Aquilo que eu espero é que haja apuramento da verdade", declarou o líder socialista.

 

Passos Coelho pede averiguações rápidas à Procuradoria-Geral

 

O primeiro-ministro veio hoje a público dizer que vai solicitar à Procuradoria-Geral da República que proceda às "averiguações necessárias" para esclarecer "tão rápido quanto possível" se esteve em falha com "compromissos legais e fiscais" durante o tempo em que foi deputado, entre 1991 e 1999.

 

Numa entrevista ao Negócios em 2009, Pedro Passos Coelho assumia que foi deputado em regime de exclusividade, sem outra fonte de rendimento.

 

"Quando decidi em 1999 sair do Parlamento, onde tinha estado duas legislaturas, estava em exclusividade, não tinha outra fonte de rendimento; decidi sair e não tinha nada garantido", disse ao Negócios a 16 de Janeiro de 2009.

 

O secretário-geral do Parlamento garantiu na segunda-feira 22 de Setembro, que "não existe" no Parlamento uma "declaração de exclusividade" de Passos Coelho entre 1995 e 1999.

 

No entanto, o Público avança hoje que Passos Coelho terá garantido que "desempenhou funções como deputado durante a VI e VII legislaturas em regime de exclusividade", de acordo com um requerimento endereçado ao presidente da Assembleia da República em 1999.

 

Devido a este requerimento, Passos Coelho recebeu um subsídio de reintegração de 60 mil euros, dedicado a deputados em dedicação exclusiva à actividade legislativa. Este regime foi extinto em 2006.

 

Segundo a revista Sábado de quinta-feira, 18 de Setembro, o Ministério Público está a investigar uma denúncia que aponta que o primeiro-ministro terá recebido cerca de 150 mil euros entre 1997 e 1999 da Tecnoforma.

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