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PSD rejeita revelar conclusões de encontro com constitucionalistas

Matos Correia não explicitou quaisquer resultados do encontro entre Passos Coelho e Paulo Portas com um conjunto de constitucionalistas. O deputado do PSD garantiu que o objectivo passou por "fazer uma reflexão" sobre a actualidade.

Pedro Elias/Negócios
17 de Novembro de 2015 às 19:38
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O encontro que decorreu esta terça-feira, 17 de Novembro, no Hotel Tivoli, em Lisboa, e que juntou Passos Coelho e Paulo Portas a um conjunto de constitucionalistas não permitiu chegar a nenhum tipo de conclusões. Nem era esse o objectivo, garantiu no final da reunião, Matos Correia (na foto), deputado do PSD.

 

O também vice-presidente social-democrata explicou que o "objectivo não é chegar a conclusões", mas "fazer uma reflexão sobre uma situação sem precedentes" na história democrática e sobre o "novo quadro político-constitucional".

 

Matos Correia recusou-se a "transformar num evento político uma reunião com reputados constitucionalistas e politólogos" que serviu, essencialmente, para que os líderes do PSD e do CDS recolhessem "aconselhamento sobre toda esta situação que o país vive".

 

Reiterando e insistindo que o encontro de hoje não tinha como finalidade a chegada a qualquer tipo de conclusões, Matos Correia repetiu a importância de se "fazer uma reflexão sobre esta crise".

 

Ainda assim, a reunião que hoje decorreu no Hotel Tivoli parece indiciar que Passos e Portas pretendem dar continuidade política à sugestão deixada pelo primeiro-ministro ainda em funções que, na passada quinta-feira à noite, demonstrou disponibilidade para apoiar uma revisão constitucional extraordinária que viabilizasse a rápida realização de novas eleições legislativas. Passos sustentou que só assim o povo português poderá escolher por quem quer ser governado.

 

Esta proposta de Passos foi feita em tom de desafio ao secretário-geral socialista, António Costa, que de pronto recusou tal possibilidade. Com a reunião desta tarde, Passos e Portas pretendem manter uma viva a narrativa que assenta em considerandos como o da falta de legitimidade política do PS que, apesar de ter perdido as eleições, quer governar.

 

"Se aqueles que querem governar na nossa vez não querem governar como golpistas ou como fraudulentos deveriam aceitar a revisão constitucional extraordinária e permitir a realização de eleições", defendeu Passos Coelho na semana passada.

 

Isto numa altura em que permanece grande a indefinição em torno daquela que será a decisão de Cavaco Silva. O Presidente da República, que se encontra na Madeira, parece ainda não ter tomado uma decisão quanto ao nome da pessoa que pretende indigitar como primeiro-ministro.

 

E apesar de ontem Cavaco Silva ter recordado que também ele, em 1987, foi chefe de um Governo de gestão durante cinco meses, uma afirmação por muitos lida como uma indicação de que a permanência de Passos Coelho com líder de um Executivo em gestão é uma possibilidade a ter em conta, Marco António Costa, vice-presidente do PSD, veio desde logo colocar de parte esse cenário. 

Também esta segunda-feira à noite, António Costa pareceu concordar com a posição assumida por Marco António ao afirmar que um "Governo de gestão é a pior das soluções". Mas contrariamente a Costa, o número dois do PSD rejeita qualquer solução governativa protagonizada pelos socialistas.

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