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PSD prepara-se para a batalha no Conselho Nacional

Enquanto se aguarda a marcação da reunião extraordinária do Conselho Nacional, que deverá acontecer até terça-feira, o Presidente da República recebe esta segunda-feira Luís Montenegro.

14 de Janeiro de 2019 às 10:00
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A data da reunião extraordinária do Conselho Nacional, onde Rui Rio deverá submeter-se a uma moção de confiança, será divulgada no início desta semana. Em declarações à agência Lusa, o presidente deste órgão remeteu a reunião para "um dos primeiros dias da próxima semana". Paulo Mota Pinto confirmou a "entrada ontem [sexta-feira] de um requerimento com vista à votação de uma moção de confiança" e disse ainda que "não deu entrada nenhum outro requerimento".

O regulamento do Conselho Nacional determina que a reunião extraordinária terá de se realizar "no prazo máximo de 15 dias" a partir da data de receção do requerimento, com uma antecedência mínima de três dias.

Rui Rio anunciou no sábado que convocaria uma reunião extraordinária do Conselho Nacional para que apreciasse e votasse uma moção de censura à sua direção. "Se for esse o seu entendimento, o Conselho [Nacional] pode retirar a confiança à direção nacional e assumir democraticamente a responsabilidade de a demitir. Se os contestatários não conseguiram reunir as assinaturas para a apresentação de uma moção de censura, eu próprio facilito-lhes a vida e apresento [...] uma moção de confiança", afirmou Rui Rio, numa declaração à imprensa e militantes num hotel do Porto.

Foi esta a sua reação às declarações de Luís Montenegro na véspera, mostrando-se disponível para disputar de imediato a liderança do PSD. "Se tem mesmo Portugal à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar estas eleições internas, não tenha medo do confronto, não se justifique atrás de questões formais, o tempo é de confronto político", afirmou.

 

Clarificação, sim, mas como?

 

O anúncio de Montenegro gerou reações públicas antagónicas. De um lado está quem o apoia, defendendo a necessidade de uma clarificação urgente, e quem considera o timing totalmente inoportuno, como foi o caso do ex-primeiro-ministro Francisco Balsemão. Mas entre os que defendem a necessidade da clarificação, a grande divergência está agora na forma: se deve ser através de uma moção de confiança na reunião extraordinária do Conselho Nacional, como defendeu Rui Rio, ou se deveria ser através de eleições diretas.

 

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho, lamentou a solução escolhida por Rui Rio. "Idealmente, a melhor forma de clarificar seria devolvendo a palavra aos militantes e quem saísse vencedor dessa disputa seria um líder reforçado, com uma dinâmica adicional para enfrentar os próximos atos eleitorais", defendeu, uma opinião também partilhada por Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu.

 

Já o eurodeputado do PSD, Paulo Rangel, elogiou o presidente do partido, considerando que demonstrou "coragem", "bom senso e sentido de Estado" ao marcar a reunião do Conselho Nacional.

 

Ontem, no seu comentário semanal na SIC, Luís Marques Mendes, ex-presidente do PSD, defendeu que seria "melhor" para o PSD haver eleições diretas. Se Rio ganhasse, "sairia muito reforçado". Se perdesse, "entrava um novo líder e "com uma mudança de ciclo os partidos ganham sempre um novo élan".

 

Neste cenário de braço-de-ferro no Conselho Nacional, Marques Mendes antecipa uma vitória de Rui Rio. Em princípio, Rui Rio ganhará a votação. "Nunca nenhum líder perdeu uma votação num Conselho Nacional", afirmou este domingo na SIC.  

E Marcelo Rebelo de Sousa?

O Presidente da República tem seguido de perto a crise do PSD. Hoje recebe Luís Montenegro, a seu pedido, três dias depois do próprio presidente ter solicitado a Rui Rio um encontro, que se realizou no Porto.

 

De acordo com o Expresso, também o Presidente da República verá com maus olhos o momento desta disputa, mas sendo inevitável prefere que se faça o mais depressa possível.

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