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Rio diz "não" a Montenegro e convoca Conselho Nacional

O líder do PSD reagiu, este sábado, no Porto, ao desafio lançado por Luís Montenegro para convocar eleições diretas no partido. Rio fala em "guerrilha interna" no partido.

12 de Janeiro de 2019 às 18:51
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"É legítimo condicionar os calendários do partido à sua própria agenda pessoal? A minha resposra é não". Foi assim que Rui Rio respondeu ao desafio lançado, esta sexta-feira, por Luís Montenegro para que avance "já" com eleições diretas. Mas o líder do PSD revelou que convocou um Conselho Nacional extraordinário para ser votada uma moção de confiança à direção do partido. "O Conselho pode retirar a confiança à direção nacinal e assumir a responsabilidade de a demitir", sublinhou.


"O PSD tem um líder eleito e o 
líder eleito tem sentido de Estado e sentido da responsabilidade. Por isso, jamais tomará a a decisão aventureira de colaborar numa caminhada insensata para o abismo. No entanto, em face da lamentável situação que alguns resolveram criar ao PSD, já tomei eu próprio a iniciativa de convocar um Conselho Nacional, para que em reunião extraordinária possa apreciar e votar uma moção de confiança", anunciou Rio, este sábado.
 

"Se for esse o seu entendimento, o Conselho pode retirar a confiança à direção nacional e assumir democraticamente a responsabilidade de a demitir. Se os contestatários não conseguirem reunir as assinaturas para a apresentação de uma moção de censura, eu próprio facilito-lhes a vida e apresento uma moção de confiança", acrescentou o líder do PSD. 
 

Numa declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, no Porto, Rui Rio considerou que, desde que tomou posse, o partido vive um "
espectáculo deplorável de guerrilha interna e afronta permanente à minha pessoa e à direção nacional democraticamente eleita", cujo "primeiro ato desse espectáculo foi precisamente a intervenção do Dr. Luís Montenegro no recente Congresso do PSD, apenas um mês depois da minha eleição".

"Sem que os órgãos nacionais e eu próprio tivessemos sequer tomado posse, sem que nada houvesse a apontar ao meu mandato que ainda nem sequer se tinha iniciado, já Luís Montenegro se manifestava descontente e se declarava opositor. Estava contra quando ainda não havia nenhum motivo para se estar contra ou a favor", acrescentou Rio.

"Estranhei esta postura eticamente questionável mas agora tudo está claro", continuou o líder do PSD que defendeu que Montenegro não se apresentou como candidato há um ano por razões "pur
amente táticas" e "passou a ter agora vontade de ser presidente do PSD". "Será legítimo depois condicionar os calendários do partido à sua própria agenda pessoal? A minha resposta é não", frisou. "O PSD não é um partido unipessoal, é grande demais para estar subjugado a agendas pessoais", continuou.

Na sua declaração aos jornalistas, o líder do PSD referiu que, apesar de "ter sido desafiado" durante muito tempo para se candidatar à liderança do partido, sempre recusou fazê-lo. "Sempre honrei os meus compromissos até ao fim e, enquanto não terminassem os mandatos, não estaria disponível para outras funções", além do respeito que tem "por quem foi eleito", afirmou Rio. "Nunca participei nem participarei em golpes palacianos", sublinhou o líder do PSD.

"Numa altura em que o partido acaba de apresentar um conjunto de ideias estruturantes, no quadro das políticas de saúde e educação, a par de algumas posições marcantes noutros domínios da vida nacional, numa altura que o Conselho Estratégico Nacional do PSD ultrapassa as 1.500 inscrições e acaba de anunciar a realização da sua primeira Convenção Nacional, numa altura em que o PSD arrancou formalmente com o processo logístico e político para as eleições europeias a realizar já no próximo mês de Maio, numa altura em que a governação socialista apresenta fortes sinais de ilusão e desgaste, numa altura em que os portugueses manifestam das mais variadas formas o seu descontentamento com o governo, reclamando uma alternativa política que apenas o PSD pode estar em condições de apresentar, o Dr. Luís Montenegro entende que o partido se deve atolar outra vez num longo processo eleitoral interno, abandonando nos próximos meses a oposição ao PS e a construção de uma alternativa de governo para Portugal", criticou o líder do PSD.

Segundo Rio, "não há memória na história da democracia portuguesa, um dirigente político ter lançado propositadamente tamanha confusão e instabilidade no seu partido a tão pouco tempo de eleições". "É difícil imaginar melhor serviço ao PS e ao governo do que este", acrescentou o líder partido que defendeu que a "maturidade política e sentido de responsabilidade" de Montenegro "estão muito aquém" do que exigem as funções que pretende exercer.

"Há momentos para unir e momentos para clarificar. F
ui o primeiro a procurar unir o partido, mas persistem aqueles que preferem a guerrilha permanente", apesar de que "o candidato em quem sempre apostaram já nem estar no PSD", sublinhou Rio numa referência a Pedro Santana Lopes. 

Rio terminou o seu discurso lembrando a célebre declaração de Francisco Sá Carneiro. "A política sem risco é uma chatice e sem ética e uma vergonha. Efetivamente, se assim não for, eu próprio nada estarei aqui a fazer".

(Notícia atualizada às 19:20 com mais informação)
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