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Montenegro desafia Rio a ter "coragem" para marcar diretas já
Sem surpresas, o ex-líder parlamentar social-democrata disse estar disponível para se "candidatar de imediato" à liderança do PSD. Montenegro desafia Rui Rio a não se refugiar em formalismos e a ter a coragem de assumir a disputa pela presidência do partido.
Luís Montenegro tinha dito que não iria disputar a liderança do PSD, pelo menos antes das eleições de 2019, mas tinha também avisado que, se decidisse fazê-lo, não pediria licença a ninguém. Numa conferência de imprensa realizada esta tarde no CCB, em Lisboa, garantiu não ter pedido e, agora, desafia o presidente social-democrata a marcar eleições diretas para a presidência do partido e a que ele próprio apresente uma candidatura.
Apesar de ser favorável ao cumprimento integral dos mandatos, o ex-lider parlamentar justifica a importância de remover Rio da chefia dos sociais-democratas para evitar o caminho em curso para a "irrelevância".
"Estou disponível para me candidatar de imediato à liderança do PSD e convido o doutor Rui Rio a marcar já eleições diretas e a apresentar a sua própria candidatura." Ante a possibilidade de Rio não aceitar o desafio, Luís Montenegro pede-lhe que, "se tem mesmo o PSD à frente de tudo, mostre coragem e não hesite em marcar eleições internas".
"Não tenha medo do confronto, não se refugie em questões formais", atirou numa alusão à possibilidade de o atual líder preferir esperar que os opositores tentem, através dos meios previstos nos estatutos do partido, partir para a convocação de um Conselho Nacional extraordinário a fim de destituir Rio e agendar diretas.
Montenegro afiança que aquilo que o move não é "um combate a pessoas mas um confronto de duas estratégias: de um lado o doutor Rui Rio e a estratégia de um PSD perdedor (...) do outro a estratégia de um PSD grande, ganhador, com vocação maioritária, autónomo do PS e crítico de António Costa".
Recusando compactuar com uma direção social-democrata que deixa "à solta" um Governo "irresponsável e mediano", o advogado aproveitou para deixar um recado a outros hipotéticos candidatos à liderança que venham a surgir, frisando que, ao contrário desses eventuais pretendentes, Montenegro teve a coragem de colocar o interesse do país à frente de interesses pessoais. Entre os putativos candidatos estão sobretudo o deputado Miguel Morgado e o ex-líder da JSD Pedro Duarte.
"Alguns preferiram o caminho do deixa andar, para queimar o líder em lume brando, para esperar pela melhor oportunidade. Não é essa a minha maneira de agir", afirmou considerando ser "mais leal e mais útil para o país e o partido pôr tudo em pratos limpos".
Aparentemente, a direção de Rui Rio tinha optado por não reagir ao desafio público apresentado por Montenegro. Mas antes ainda de o advogado iniciar a conferência de imprensa, já Isabel Meirelles o acusava de promover um "golpe de Estado" no seio do partido. Depois de o ouvir, a vice-presidente do PSD criticava, agora em nome pessoal, o "tom politiqueiro" de Montenegro.
Rio é "bengala" de Costa
Para Luís Montenegro o PSD vive uma situação insustentável e a responsabilidade tem um nome: Rui Rio. Após um ano sob liderança do ex-autarca portuense, "o estado a que o PSD chegou é mau, preocupante e irreversível com esta liderança". Montenegro sustenta que Rio prometeu construir uma "alternativa e uma oposição firme - [mas] falhou". "Prometeu fazer o PSD subir nas sondagens - [mas] falhou."
Depois de há um ano ter deixado claro que tem aspirações a liderar o PSD, prometendo não desafiar Rui Rio, diz ter-se visto obrigado a fazê-lo devido a uma "alteração brutal das circunstâncias", uma vez que "há um ano ninguém imaginava esta degradação do PSD nem esta queda nas sondagens", prosseguiu Montenegro. Acrescentando que enquanto se assiste a um "desfile" do primeiro-ministro para "ganhar pela primeira vez umas eleições legislativas", os portugueses vêem um "PSD frouxo".
Isto porque, "pelo andar da carruagem, se nada for feito o PSD corre o risco de sofrer uma derrota humilhante" e de ficar "descaracterizado", o que coloca em risco a relevância do partido no quadro político nacional.
Conotado com a ala direita, Montenegro fala para o centro-direita
Além da justificação do que o levou a tomar esta posição, Montenegro ensaiou um discurso voltado para o centro-direita, sinalizando a importância de "falar para os jovens" e "representar a classe média". Destacou ainda ser preciso combater o "excesso de impostos" e apostar na "tecnologia e empreendedorismo".
Tendo em conta a vocação "catch-all" do PSD, abordou também a necessidade de falar para as empresas, em especial as PME, empreendedores, pensionistas, classe trabalhadora e aqueles que beneficiam de assistência social.
E já perto do final da intervenção, Montenegro mostrou apreensão quando à situação que a comunicação social atravessa, em concreto os problemas de viabilidade financeira, e salientou como crucial o combate à desinformação ("fake news").
Esta parte do discurso seria facilmente subscrita pelo social-democrata Rui Rio e contrasta, em certa medida, com a deslocação para a direita exercida durante a presidência de Pedro Passos Coelho, de quem Montenegro era um dos homens mais próximos.
(Notícia atualizada às 18:00)
Apesar de ser favorável ao cumprimento integral dos mandatos, o ex-lider parlamentar justifica a importância de remover Rio da chefia dos sociais-democratas para evitar o caminho em curso para a "irrelevância".
"Não tenha medo do confronto, não se refugie em questões formais", atirou numa alusão à possibilidade de o atual líder preferir esperar que os opositores tentem, através dos meios previstos nos estatutos do partido, partir para a convocação de um Conselho Nacional extraordinário a fim de destituir Rio e agendar diretas.
Montenegro afiança que aquilo que o move não é "um combate a pessoas mas um confronto de duas estratégias: de um lado o doutor Rui Rio e a estratégia de um PSD perdedor (...) do outro a estratégia de um PSD grande, ganhador, com vocação maioritária, autónomo do PS e crítico de António Costa".
Recusando compactuar com uma direção social-democrata que deixa "à solta" um Governo "irresponsável e mediano", o advogado aproveitou para deixar um recado a outros hipotéticos candidatos à liderança que venham a surgir, frisando que, ao contrário desses eventuais pretendentes, Montenegro teve a coragem de colocar o interesse do país à frente de interesses pessoais. Entre os putativos candidatos estão sobretudo o deputado Miguel Morgado e o ex-líder da JSD Pedro Duarte.
"Alguns preferiram o caminho do deixa andar, para queimar o líder em lume brando, para esperar pela melhor oportunidade. Não é essa a minha maneira de agir", afirmou considerando ser "mais leal e mais útil para o país e o partido pôr tudo em pratos limpos".
Aparentemente, a direção de Rui Rio tinha optado por não reagir ao desafio público apresentado por Montenegro. Mas antes ainda de o advogado iniciar a conferência de imprensa, já Isabel Meirelles o acusava de promover um "golpe de Estado" no seio do partido. Depois de o ouvir, a vice-presidente do PSD criticava, agora em nome pessoal, o "tom politiqueiro" de Montenegro.
Rio é "bengala" de Costa
Para Luís Montenegro o PSD vive uma situação insustentável e a responsabilidade tem um nome: Rui Rio. Após um ano sob liderança do ex-autarca portuense, "o estado a que o PSD chegou é mau, preocupante e irreversível com esta liderança". Montenegro sustenta que Rio prometeu construir uma "alternativa e uma oposição firme - [mas] falhou". "Prometeu fazer o PSD subir nas sondagens - [mas] falhou."
Depois de há um ano ter deixado claro que tem aspirações a liderar o PSD, prometendo não desafiar Rui Rio, diz ter-se visto obrigado a fazê-lo devido a uma "alteração brutal das circunstâncias", uma vez que "há um ano ninguém imaginava esta degradação do PSD nem esta queda nas sondagens", prosseguiu Montenegro. Acrescentando que enquanto se assiste a um "desfile" do primeiro-ministro para "ganhar pela primeira vez umas eleições legislativas", os portugueses vêem um "PSD frouxo".
Foi então que Montenegro disse que se concretizou a previsão que fez no Congresso social-democrata de Fevereiro do ano passado acerca dos riscos da aproximação ao Governo e da disponibilidade para acordos: "esta estratégia colocou o PSD como muleta do PS e bengala de António Costa".
Isto porque, "pelo andar da carruagem, se nada for feito o PSD corre o risco de sofrer uma derrota humilhante" e de ficar "descaracterizado", o que coloca em risco a relevância do partido no quadro político nacional.
Conotado com a ala direita, Montenegro fala para o centro-direita
Além da justificação do que o levou a tomar esta posição, Montenegro ensaiou um discurso voltado para o centro-direita, sinalizando a importância de "falar para os jovens" e "representar a classe média". Destacou ainda ser preciso combater o "excesso de impostos" e apostar na "tecnologia e empreendedorismo".
Tendo em conta a vocação "catch-all" do PSD, abordou também a necessidade de falar para as empresas, em especial as PME, empreendedores, pensionistas, classe trabalhadora e aqueles que beneficiam de assistência social.
E já perto do final da intervenção, Montenegro mostrou apreensão quando à situação que a comunicação social atravessa, em concreto os problemas de viabilidade financeira, e salientou como crucial o combate à desinformação ("fake news").
Esta parte do discurso seria facilmente subscrita pelo social-democrata Rui Rio e contrasta, em certa medida, com a deslocação para a direita exercida durante a presidência de Pedro Passos Coelho, de quem Montenegro era um dos homens mais próximos.
(Notícia atualizada às 18:00)