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Portas sobre a Grécia: “O nosso primeiro dever é com os portugueses”

O vice-primeiro-ministro abriu esta segunda-feira as jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS e não deixou de falar da Grécia, “o elefante no meio da sala”. Garante que quer uma boa solução para os gregos, mas à frente está o interesse dos portugueses.

Paulo Duarte
06 de Julho de 2015 às 15:17
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Paulo Portas falou durante uma hora na abertura das jornadas parlamentares conjuntas entre o PSD e o CDS, que decorrem hoje e amanhã em Alcochete. Portas começou a falar sobre a criação de emprego, mas terminou no assunto do momento: a Grécia, em especial a vitória do "não" no referendo deste domingo. Negou que o Governo português tenha adoptado uma atitude de "beligerância ideológica", pediu "bom senso" e lembrou que a obrigação do Governo é defender os interesses dos portugueses.

 

"Acima de tudo, o que compete ao Governo de Portugal numa situação tão difícil como esta é defender o interesse de Portugal e dos portugueses em primeiro lugar", defendeu. E isso "significa dizer, explicar, repetir as vezes que for necessário, que Portugal não é a Grécia e que a situação de Portugal não é comparável à da Grécia".

 

Portas diz que, no Governo, "queremos que os gregos consigam superar os problemas que têm, mas o nosso primeiro dever é com os portugueses, e os portugueses esforçaram-se muito para vencer a bancarrota. Não têm nenhuma vantagem em serem associados a um estado que entrou em default", acrescentou.

 

"Que serviço estaríamos a prestar aos portugueses se deitássemos todos os esforços fora", e "tudo isto em nome de solidariedades ideológicas?", questionou.

 

Problemas gregos não desaparecem por magia

 

Portas fez ainda questão de dizer "três coisas lineares" sobre a situação grega, o que "numa situação complexa já é uma ajuda para ordenar ideias". A primeira: "mandam as regras de democracia respeitar os resultados de um referendo". Mas "o respeito pelos cidadãos gregos e a sua vontade expressa só pode ser igual ao respeito que merecem os cidadãos e as instituições dos outros 18 estados da Zona Euro".

 

Em segundo lugar, "manda a lógica acrescentar que o referendo foi iniciativa do governo de Atenas, que pediu um [voto] não ao que designou de penúltima proposta das instituições, apesar de a proposta já estar caduca". O povo "respondeu como o Governo de Atenas pediu"; agora, "cabe à Grécia propor soluções alternativas, viáveis e aceites por todos. É isto que a lógica nos diz".

 

A terminar, Portas deixou um alerta. "Manda ainda a prudência perceber que os problemas mais urgentes e estruturais da Grécia são muito sérios, não desparecem por magia". E "um país que já fez um default e tem um calendário de pagamentos apertado", além de ter o "sistema financeiro dependente de medidas de controlo de capitais" e que "está exangue na sua liquidez" é um país "cuja situação é demasiado frágil, pelo que as euforias ideológicas parecem deslocadas, ate porque a realidade corre o risco de as desmentir".

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