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PCP limita capacidade do Avante a 33 mil pessoas
Em comunicado enviado às redações, o PCP informa ter decidido reduzir para um terço a capacidade da Festa do Avante. Como o espaço licenciado tem capacidade para 100 mil pessoas, este ano o Avante poderá ter, no máximo, 33 mil pessoas em simultâneo no recinto.
Afinal a Festa do Avante não vai ter lotação esgotada com 100 mil pessoas em virtude das restrições decorrente da crise sanitária. O PCP decidiu limitar a um terço (cerca de 33 mil pessoas) o número da capacidade da festa comunista, segundo comunicou o partido em comunicado enviado às redações.
"O número de presenças em simultâneo na Festa será de um terço da capacidade licenciada, assegurando que os 300 mil m2 postos à disposição dos visitantes significam que cada um pode usufruir de uma área superior à que está estabelecida para a frequência de praias e que, em regra, será o dobro daquela que está fixada para espaços similares (no caso, espaço ao ar livre)", informa a nota do gabinete de imprensa comunista.
O partido liderado por Jerónimo de Sousa garante ainda que "serão adotados um conjunto de procedimentos quanto à circulação nas imediações e no interior do recinto da Festa", designadamente com a criação de "corredores de circulação de sentido único", a "separação de canais de entrada e saída" e "maior fluidez de acesso a transportes públicos".
Restrições que visam atender "às circunstâncias particulares em que a Festa do Avante! terá lugar" e que levam o PCP a "adotar medidas adicionais de proteção e prevenção, ampliando ainda mais as condições de segurança garantidas aos seus visitantes".
"A realização da Festa do Avante! é sempre, e este ano em particular, uma importante afirmação política do exercício de direitos democráticos e de intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo", acrescentam os comunistas em comunicado.
Conhece as medidas que estamos a tomar para garantir a segurança sanitária para a Festa do Avante! 2020#festadoavante2020 #festadoavante #festa pic.twitter.com/Jn5ILL2jed
— PCP (@pcp_pt) June 25, 2020
Em suma, o partido garante que a festa vai decorrer "com toda a responsabilidade e garantindo integralmente as condições para o seu usufruto em tranquilidade e segurança". Como tal, o partido recorda ter já anunciado, a 25 de junho, um conjunto de medidas para prevenir contágios durante o evento tais como a "disponibilização de materiais de higienização" ou "regras de distanciamento físico nas diversas atividades (incluindo a criação de assistentes de plateia)".
O comunicado não termina em que os comunistas façam a apologia deste tipo de evento, em especial num contexto como aquele que hoje se vive na sequência da crise pandémica, pois importante para a "fruição da vida" e "promoção de saúde física e mental como de bem-estar individual e coletivo".
Na passada quarta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, já havia avisado que a lotação máxima de 100 mil pessoas da festa realizada na Quinta da Atalaia teria de ser revista em baixa, assegurando não poder haver "exceções" aos limites definidos pelas autoridades competentes.
"Tem estado a ser realizado um trabalho técnico. Esta é uma avaliação que é técnica, o que posso dizer é que não haverá exceções. Portanto, há aqui uma organização que engloba um conjunto de áreas de atividade que têm regras", disse Temido.
Ao final do mesmo dia, Rui Rio, presidente do PSD, recorreu ao Twitter para criticar a possibilidade de o Avante ser uma exceção, dizendo-se na "expectativa" de saber qual "será a anunciada redução que o Governo irá fazer" da lotação da festa comunista, lembrando que se fosse reduzida a metade (para 50 mil pessoas) então passaria a "corresponder ao Estádio do Porto ou do Sporting completamente cheios".
O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, acusou o toque e pronunciou-se sobre as palavras de Rio considerando constituírem "má-fé e desonestidade política". "Afirmações tão ridículas que só podem assentar numa aversão sem limites ao PCP e à sua luta pelos direitos dos trabalhadores e do povo", apontou Jerónimo.
Já esta quinta-feira, no final da habitual reunião do Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência, fez questão de esclarecer que a lei não permite ao Executivo impedir a realização de um evento de natureza política como o caso da festa realizada na Amora, Seixal.
"Fora do estado de emergência não existe nenhum poder ou competência que o Governo tenha à luz da Constituição e da lei sobre a realização de atividades políticas", explicou.