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Lotação da Festa do Avante! terá que ser inferior à capacidade total

A ministra assegurou que à organização da Festa do Avante! "não será permitido o que está proibido nem proibido o que está permitido" e que "não haverá exceções" às regras adotadas pelas autoridades de saúde para conter o contágio pelo novo coronavírus.

A ministra e a diretora-geral da Saúde dizem que, fora de casa, é no trabalho que os contágios mais ocorrem.
António Pedro Santos/Lusa
12 de Agosto de 2020 às 14:50
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A ministra da Saúde defendeu hoje que a lotação da Festa do Avante!, organizada pelo PCP, terá este ano que ser inferior à capacidade máxima de 100 mil pessoas do recinto no Seixal, por causa da covid-19.

"É evidente que estamos a falar, teremos que falar de outros números", declarou Marta Temido na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, acrescentando: "compreendo que se fale de um número de 100 mil, na medida do que será a licença de utilização, mas estamos num momento específico, num contexto específico". 

A ministra assegurou que à organização da Festa do Avante! "não será permitido o que está proibido nem proibido o que está permitido" e que "não haverá exceções" às regras adotadas pelas autoridades de saúde para conter o contágio pelo novo coronavírus.

"Ninguém entenderia que corrêssemos riscos adicionais por uma circunstância de tratamento especial, mas também ninguém entenderia que impuséssemos deveres adicionais àquilo que são as regras específicas com as quais temos estado a trabalhar em áreas como a restauração, os transportes públicos ou os eventos culturais", salientou Marta Temido.

Na organização da Festa do Avante!, que além de iniciativa política inclui tradicionalmente concertos, exposições, debates, espaços de restauração e espaços de campismo para os espetadores, tem havido reuniões de responsáveis do PCP com técnicos da Direção-geral da Saúde.

"Aquilo que procuraremos fazer, em termos técnicos, é a aferição das condições que o promotor do evento tem para cada uma dessas áreas face àquilo que são as regras definidas pela Direção-geral da Saúde", acrescentou.

Marta Temido acrescentou que o contexto específico para a realização da festa "será considerado e foi já considerado pelos promotores" no diálogo que mantêm desde segunda-feira com a DGS, quando se realizou a primeira reunião técnica entre ambas as partes.

Na conferência de imprensa de apresentação da Festa do Avante! deste ano, no passado dia 04, o principal responsável da organização, Alexandre Araújo, garantiu que serão cumpridas escrupulosamente as regras de distanciamento e higiene impostos pelas autoridades.

O dirigente do PCP confirmou que a venda de bebidas alcoólicas, por exemplo, vai respeitar "legislação e regras em vigor", pois "neste momento é proibida a sua venda depois das 20:00, à exceção de estabelecimentos de restauração" e será isso que se vai passar nas quintas da Atalaia e do Cabo da Marinha, Amora, Seixal, entre 04 e 06 de setembro.

Contudo, evitou adiantar números de bilhetes já vendidos, qualquer previsão de visitantes ou esclarecer se vai haver um limite à entrada de pessoas no recinto, cuja lotação máxima é de 100 mil pessoas.

"A festa não é exceção em relação àquilo que está hoje colocado, do ponto de vista das recomendações quanto a aglomerações, da distância física que se deve conservar, do uso da máscara quando se está em determinados espaços ou com determinado número de pessoas. Isso hoje são aspetos que estão em aplicação e que o conjunto dos portugueses adotou esse tipo de procedimentos. Na festa isso não será diferente", assegurou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 743 mil mortos e infetou mais de 20,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.764 pessoas das 53.223 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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