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Público: Rangel diz que "PSD devia já estar numa postura mais interventiva e agressiva"

Numa entrevista ao Público, o eurodeputado critica a falta de assertividade do partido desde as eleições presidenciais e pede uma "oposição mais activa". Sublinha ainda que o PSD não deve esperar nada do Presidente.

31 de Março de 2016 às 09:36
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Não foi um ciclo fácil para o PSD que, embora tenha sido o partido mais votado nas eleições legislativas, não alcançou a maioria em coligação com o CDS e viu António Costa e o PS conseguirem o apoio do Parlamento para formar Governo. Para Paulo Rangel, depois de um período de adaptação ao novo ciclo político, já está na altura de o PSD ser mais agressivo.


"A partir do momento em que está tudo digerido – e penso que o ciclo final foi a eleição do Presidente da República -, o partido já teve tempo de se adaptar e devíamos já estar numa postura mais interventiva e agressiva, uma oposição mais forte em vários domínios", afirmou ao Público. O eurodeputado faz aquilo a que chama uma "autocrítica" e admite que o partido devia ter sido mais assertivo durante a discussão e aprovação do Orçamento do Estado.

Embora compreenda "uma certa inércia" depois de o PS ter formado Governo, considera que "o PSD já devia estar a fazer oposição mais activa, porque o país precisa dessa oposição".

 

Sem nunca criticar directamente Pedro Passos Coelho, Rangel nota que a mensagem do partido não está a passar de forma eficaz para os portugueses. O PSD "devia ter sido mais assertivo na comunicação, porque isso interessa para o futuro e tem a ver com aquilo que se espera do congresso, que é a necessidade de o PSD aparecer com mais rostos". "É provável que a mensagem não tenha passado da forma ideal por falha própria."

 

O antigo líder da bancada parlamentar do PSD diz esperar que o partido inicie esse novo ciclo no congresso que arranca sexta-feira, 1 de Abril, em Espinho. Defende que é necessário "reactivar um conjunto de porta-vozes", para poupar o líder de uma intervenção quase diária, e que o partido deve assumir como bandeira da mobilidade social.

 

Em resposta à pergunta inevitável sobre afasta uma candidatura à liderança do PSD, chuta para canto – "não estou a pensar nisso" -, mas admite que Rui Rio seria um bom candidato.

 

"É importante que a liderança tenha pessoas que participem activamente na vida política diária, que possam fazer o contrabalanço aos actores dos outros partidos. A partir da eleição de Marcelo deveríamos estar um bocadinho mais vivos e depois do congresso não temos razão nenhuma para não estar", explicou ao Público.

 

Questionado sobre se a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa não pressionava o partido a fazer outro tipo de oposição, Rangel é claro: "Não. A variável presidencial é uma variável independente. O PSD não deve pedir, nem esperar nada o Presidente."

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