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Mortágua: Nacionalização do Novo Banco não será feita sem custos

"É a opção menos penalizadora para o erário público. Uma vez pago, o Estado controla o seu banco e pode geri-lo ao longo do tempo", defende a deputada bloquista Mariana Mortágua no Parlamento.

Miguel Baltazar
12 de Janeiro de 2017 às 15:41
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O Bloco de Esquerda considera que a liquidação e a venda de imediato devem sair da frente do Novo Banco. A nacionalização é a opção certa, defende. Mas "não está isenta de dificuldades".

 

"A nacionalização do Novo Banco não será feita sem custos", admitiu, no Parlamento, Mariana Mortágua no debate marcado sem antecedência esta quinta-feira, 12 de Janeiro.

 

Segundo a deputada do BE, que ganhou visibilidade na comissão de inquérito à gestão do BES e GES, a "recuperação dos 3,9 mil milhões de euros [emprestados ao Fundo de Resolução para capitalizar o Novo Banco] é hoje tão improvável como era" em 2014, quando houve a resolução do banco liderado por Ricardo Salgado. Por isso, considera que a promessa de Pedro Passos Coelho de que não havia envolvimento de dinheiro público no empréstimo estatal ao Fundo de Resolução foi "uma propaganda de perna curta".

 

"[A nacionalização] é a opção menos penalizadora para o erário público. Uma vez pago, o Estado controla o seu banco e pode geri-lo ao longo do tempo", disse, dizendo que se tem de excluir "definitivamente tanto a liquidação como mais uma venda de favor". "Não esquecemos o Banif", rematou.

 

O BE, um dos promotores do debate desta quinta-feira, considera que esta opção não é fácil. "A maior dificuldade são as pressões da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu que põem o seu autoritarismo dogmático acima de estabilidade do sistema financeiro", defendeu.

 

Mariana Mortágua quer uma nacionalização com "transparência, a começar pela rigorosa avaliação do seu balanço, activos e garantidas". "Já percebemos que o Banco de Portugal não consegue, não é capaz ou não quer fazer essa avaliação", atirou.

 

O Novo Banco está em processo de venda com o Banco de Portugal e o Governo em negociações com os fundos de investimento Lone Star e Apollo/Centerbridge mas o tema da nacionalização tem vindo a ganhar adeptos não só à esquerda como também à direita. O PSD, o BE e o PCP quiseram alterar a agenda do dia do plenário desta quinta-feira e trouxeram o assunto Novo Banco para o debate.

 

Sobre os candidatos ao Novo Banco, Mariana Mortágua defendeu que são "fundos abutre" e que pretendem "sugar o máximo de recursos o mais rápido que puderem". 

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