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Montenegro defende facilitação dos licenciamentos para combater corrupção

Líder do PSD falava numa sessão de apresentação de candidatos da Aliança Democrata (AD) por Aveiro, onde marcou presença Salvador Malheiro que está a ser acusado de receber envelopes com dinheiro, em troca da adjudicação de uma obra - acusação que refuta.

Luís Montenegro mantém confiança no líder parlamentar.
Fernando Veludo/Lusa
17 de Fevereiro de 2024 às 15:32
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O líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu hoje a facilitação dos processos de licenciamento, considerando que a burocracia prejudica o investimento, mas é também um "campo preferencial para a corrupção".

 

Em Espinho, numa sessão de apresentação de candidatos da Aliança Democrata (AD) por Aveiro, onde marcou presença Salvador Malheiro que está a ser acusado de receber envelopes com dinheiro, em troca da adjudicação de uma obra -- acusação que refuta -, Montenegro deixou claro que o país não pode ficar à espera que o tecido económico crie mais riqueza e que "por artes mágicas" seja capaz de atrair o investimento que está a ser feito em outros países da Europa.

 

"Nós temos de dar sinais para que os nossos empresários possam multiplicar os seus investimentos e temos de dar sinais para atrair investimento estrangeiro. E isso faz-se em primeiro lugar facilitando, no bom sentido do termo, os processos de licenciamento. Sermos menos burocratas. Aliás a burocracia para além de prejudicar o andamento dos investimentos é também um campo preferencial para haver corrupção", defendeu.

 

Para Luís Montenegro, o combate à burocracia permite "simultaneamente" tornar o país mais atrativo para os investidores e retirar o que "prejudica" e "penaliza" a atividade económica "que são os fatores desviantes muito associados à burocracia e à complexidade das decisões", acrescentou.

 

Ainda em matéria económica, o líder da AD deixou claro a quem critica a proposta de redução do IRC para as empresas que a baixa deste imposto não serve para "enriquecer os empresários" ou "favorecer os patrões" como muitos "de forma precipitada" e "infantil" querem dizer, mas sim para atrair mais investimento.

 

"Baixar os impostos significa ter mais investimento, ter mais investimento significa rentabilizar mais os negócios, maior rentabilidade significa melhores salários, significa maior valor que é entregue ao Estado para que o Estado possa depois fazer aquilo que nós propomos na saúde, na educação, na habitação, nas acessibilidades", declarou.

 

Luís Montenegro acusa mesmo BE, PCP e "inexplicavelmente também o Partido Socialista, ou pelo menos este Partido Socialista", de terem uma conceção sobre as empresas desajustada da realidade, na qual as empresas são dos empresários, defendendo que "as empresas somos todos nós".

 

"Não, o conceito de empresa mudou há muito. A empresa tem um capital e o capital é propriedade de quem investe, arrisca, mas a empresa é muito mais do que isso. É os seus funcionários, a empresa é konw-how que cada um tem; a empresa é a capacidade de inovar, de investigar de fazer melhor, de comprar mais máquinas. (...) As empresas somos todos nós", declarou.

 

O social-democrata considera que o país precisa de um projeto de ambição, mas simultaneamente de responsabilidade, numa altura em que, sublinha, "nunca" "pelo menos nos últimos 30 anos, seja tão claro" que opção dos portugueses nas urnas "vai ser para o que o país vai ser nos próximos 20 ou 30 anos".

 

"Dizer que queremos estar na linha da frente da Europa todos somos capazes de o fazer, dizer que o Estado tem de ter meios para poder dar respostas às necessidades básicas das pessoas todos somos capazes de o fazer, mas é preciso criar, só se pode distribuir aquilo que está nas nossas mãos; nós não podemos distribuir aquilo que os outros acham na cabeça deles que é possível fazer e não é", disse.

 

Nas eleições legislativas antecipadas de 10 de março, a coligação Aliança Democrática (AD) repete dois dos 22 cabeças de lista do PSD das últimas legislativas, apresentando cinco mulheres - menos uma do que em 2022 - e cinco independentes como "número um" de círculo.

 

Dos 22 cabeças de lista anunciados, apenas dois são atualmente deputados, precisamente os cabeças de lista repetidos: Paulo Moniz, pelos Açores, e Sónia Ramos, por Évora.

 

No entanto, vários já passaram pela Assembleia da República em legislaturas anteriores à atual XV e seis são autarcas em exercício, que terão de optar entre a atual função ou o lugar de deputado se forem eleitos, entre eles Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, cabeça de listo pelo círculo de Aveiro.

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