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Envelopes em Ovar: “Para ganhar a obra tinha de dar 120 mil euros”

Mário Monteiro, 40 anos militante do PSD e atual líder do Chega/Ovar, assume que foi intermediário entre um empreiteiro e o presidente da Câmara de Ovar, e garante ao DN que está disponível para contar a sua história ao Ministério Público. O autarca Salvador Malheiro nega tudo.

Salvador Malheiro está com o mandato na Câmara de Ovar suspenso por estar nas listas da AD.
17 de Fevereiro de 2024 às 10:32
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O DN teve acesso a uma denúncia anónima, enviada ao Ministério Público, que relata a forma como Mário Monteiro, 40 anos militante do PSD e atual líder do Chega Ovar, terá apresentado o empreiteiro José Barros de Sousa ao presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, e feito entregas de dinheiro ao autarca, em troca da adjudicação de uma obra.

 

"Para ganhar a obra tinha de dar 120 mil euros para o partido, para o PSD", afirma Mário Monteiro, em entrevista ao DN.

 

"As entregas eram feitas em mão. A primeira penso que foi no estacionamento da Câmara [de Ovar]. E os outros envelopes eram entregues em sítios onde ele estava a almoçar ou a jantar. Se estava acompanhado, dava-me a chave do carro para ir lá pôr o dinheiro", conta Mário Monteiro.

 

Contactado pelo DN, Salvador Malheiro, que está com o mandato na Câmara de Ovar suspenso por estar nas listas da AD, rejeitou as alegações.

 

"Naturalmente que refuto totalmente a insinuação que me fazem", disse Malheiro ao mesmo jornal, assegurando que se vai "defender e acionar os meios jurídicos" ao seu dispor contra Monteiro.

 

Confrontado pelo DN com estas mesmas acusações, o empreiteiro José Barros de Sousa, apontado por Mário Monteiro como o corruptor ativo de Salvador Malheiro, não quis fazer comentários.

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