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Envelopes em Ovar: Salvador Malheiro avança com queixa-crime contra Mário Monteiro

Em entrevista ao DN, o antigo militante do PSD e atual líder do Chega de Ovar afirma que foi intermediário entre um empreiteiro e o autarca, com entregas de dinheiro a Malheiro em troca da adjudicação de uma obra.

Salvador Malheiro.
17 de Fevereiro de 2024 às 12:16
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O número quatro da Aliança Democrática (AD) por Aveiro, Salvador Malheiro, refutou hoje ter recebido envelopes com dinheiro em troca da adjudicação de uma obra e anunciou que vai apresentar na segunda-feira uma queixa-crime.

 

Em entrevista ao Diário de Notícias, o antigo militante do PSD e atual líder do Chega de Ovar, Mário Monteiro, contou apresentou o empreiteiro José Barros de Sousa ao presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, que está com mandato suspenso por integrar as listas da AD para as eleições legislativas de 10 de março, e feito entregas de dinheiro a Malheiro em troca da adjudicação de uma obra.

 

"Refuto totalmente todas as acusações que foram feitas por esse senhor [Mário Monteiro] e naturalmente tenho de me defender e na próxima segunda-feira irá entrar uma queixa-crime contra essa pessoa porque tenho de defender a minha honra", afirmou, em declarações à entrada da sessão de apresentação de candidatos da AD por Aveiro, em Espinho.

 

Mário Monteiro, atual líder do Chega/Ovar, assume, em entrevista ao DN, que foi intermediário entre um empreiteiro e o presidente da Câmara de Ovar, mostrando-se disponível para contar a sua história ao Ministério Público.

 

Segundo disse, para ganhar a obra, o empreiteiro tinha de dar 120 mil euros ao PSD.

"Isso é imaginação pura, uma ilusão e eu refuto liminarmente e será o grande objeto da minha queixa-crime", reiterou Salvador Malheiro, em declarações aos jornalistas.

 

Malheiro assume, contudo, que esteve com Mário Monteiro - que conhece como militante do PSD - "várias vezes", assim como com "o representante do empreiteiro em questões normais institucionais da câmara municipal".

 

"O que refuto liminarmente é aquilo que é vertido nessa entrevista (ao DN) de entregas de dinheiro e, portanto, esse senhor vai ter de provar que é verdade", avisou.

 

Para o autarca, o 'timing' destas notícias visa "causar dano" a si próprio e à AD, ainda que acredite que "as pessoas já estão habituadas" ao aparecimento destes casos "no período quente do processo eleitoral".

 

Mostrando-se "forte e focado", o social-democrata disse desconhecer que esteja em curso qualquer investigação.

 

"Tenho a consciência tranquila completamente, processos na câmara completamente cristalinos e uma conduta minha que tenho muito orgulho de a ter passado ao longo destes tempos", rematou.

 

Confrontado pelo DN com estas mesmas acusações, o empreiteiro José Barros de Sousa, apontado por Mário Monteiro como o corruptor ativo de Salvador Malheiro, não quis fazer comentários.

 

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