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Merkel já iniciou “primeiros contactos” com o SPD e garante continuidade da política europeia
Depois de vencer as eleições de domingo por uma margem historicamente elevada, Angela Merkel revelou que “a Alemanha necessita um Governo estável” e reforça a ideia de que a política alemã na Europa “não precisa de nenhuma mudança”.
Esta segunda-feira, na ressaca de uma vitória que já lhe valeu o epíteto de “Tatcher alemã”, atribuído pelo “Guardian”, Angela Merkel, recém-eleita para um terceiro mandato à frente dos destinos da maior economia europeia, reconheceu que os números deste domingo representam “um resultado extraordinário”.
De acordo com o diário italiano “La Repubblica”, Merkel assumiu que “a Alemanha necessita um Governo estável” e garante que este objectivo será “concretizado”. Depois de revelar “abertura” para discutir com os sociais-democratas a formação de um governo de grande coligação, Angela Merkel anunciou “já ter iniciado os primeiros contactos com a presidência” do SPD. Apesar de garantir que não fará “especulações” sobre as negociações e a formação de governo, a chanceler “não exclui” contactos com outros partidos, como por exemplo os Verdes.
Apesar da vitória expressiva dos democratas-cristãos da CDU, Merkel anunciou desde logo que não iria governar com base num Governo minoritário. O próprio sistema político e eleitoral alemão prevê como “modus operandi” normal, a governação assente na coligação de diferentes partidos. Desde a vitória por maioria absoluta de Adenauer nos anos 50, a Alemanha foi sempre governada por coligações pluripartidárias.
“Não é precisa nenhuma mudança” política na Europa
A Europa estava em suspenso relativamente à eleição alemã. Muitos analistas previram que só depois destas eleições, a Alemanha poderia focar maior atenção à política europeia, especialmente aos países do sul. Para já não se poderá avançar com nenhuma previsão segura. Neste momento, aquilo que pode ser tomado como certo, de acordo com o “La Repubblica”, é que Merkel aposta na continuidade da política europeia. “Não é precisa nenhuma mudança [na política alemã na Europa]”, é a declaração atribuída a Merkel.
“Estou empenhada, nos próximos sete anos [período em que vigorará o quadro plurianual financeiro da União Europeia], em obter maior investimento para combater o desemprego jovem. Agora, temos instrumentos mais flexíveis, basta pensar nos fundos estruturais, por exemplo. Confirmo este caminho”, são as palavras deixadas por Merkel para contextualizar a posição alemã no que concerne à política europeia para os próximos anos.