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Marques Mendes: Excepção para os gestores da Caixa é "gravíssimo" se não for um lapso
O ex-líder da CGD diz que "alguém tem de explicar" porque aos gestores da CGD foi concedida uma excepção que os "desobriga" de efectuar três declarações.
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Marques Mendes classificou hoje de "gravíssimo" o facto de o Governo ter "desobrigado" os gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de efectuarem três declarações – para o TC, para a PGR e para a Inspecção de Geral de Finanças – tal como é definido para os gestores públicos.
O Governo "desobrigou" os gestores da Caixa destas três exigências, pelo que das "duas uma: ou isto é um lapso e tem de ser corrigido, ou isto é intencional e é gravíssimo", afirmou o comentador na SIC.
Para o ex-líder do PSD, este facto é "gravíssimo, porque foi omitido até hoje por quem fez a lei; gravíssimo que passemos a ter um regime de excepção para a Caixa que ninguém compreende; gravíssimo porque é trocar a transparência pelo secretismo, o escrutínio pela opacidade. Alguém tem de explicar isto e com rapidez", afirmou.
Os gestores públicos têm actualmente que fazer três declarações: uma para o TC (declaração de rendimentos), outra para a PGR (sobre incompatibilidades e impedimentos) e uma terceira para a Inspecção Geral de Finanças (sobre participações que detenham em qualquer empresa). Segundo Marques Mendes, o Decreto-lei que foi implementado para permitir a nomeação da actual gestão da CGD retira esta três exigências, uma alteração que terá "passado despercebida a quase toda a gente".
Sobre a polémica relacionada com o salário do presidente da CGD, Marques Mendes assinala que "tem de haver equilíbrio e bom senso". Neste "caso concreto não houve esse equilíbrio. Pelo que veio a público, o anterior Presidente da Caixa ganhava por ano cerca de 200 mil euros; e o actual irá ganhar mais de 400 mil. Eu diria que nem 8 nem 80".