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Macron testa regras mais duras para acolher imigrantes

O governo de Emmanuel Macron vai analisar esta quarta-feira a proposta de endurecimento da legislação relativa ao acolhimento de imigrantes e requerentes de asilo.

Reuters
21 de Fevereiro de 2018 às 01:27
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A convicção é unânime: esta será uma semana difícil para o presidente francês. Tudo à conta das novas regras visadas por Emmanuel Macron no sentido de conter a vaga de imigrantes e os pedidos de asilo, depois de em 2017 o país ter recebido 100.000 pedidos nesse sentido.

 

Esta quarta-feira, o gabinete de Macron vai debater o texto do projecto de lei que visa o endurecimento da legislação relativa ao acolhimento de imigrantes e de requerentes de asilo, proposta essa que tem motivado fortes críticas por parte de grupos dos direitos humanos.

 

O projecto de lei defende que se possa conceder mais rapidamente asilo, mas também que haja uma maior facilidade na deportação de imigrantes económicos.

 

A proposta é controversa a ponto de membros do seu próprio partido se mostrarem relutantes em apoiá-la, considerando-a repressiva. Um dos exemplos apontados é o da sugestão de duplicar, para 90 dias, o tempo que se poderá manter detido um imigrante ilegal em processo de expulsão – já que se receia uma "normalização" do acto de detenção de pessoas, conforme afirmou recentemente Florence Granjus, deputada do partido de Macron [A República em Marcha].

 

Assim, este projecto de lei, apesar de visar reduzir para um máximo de seis meses o processo de pedido de asilo e de melhorar a integração daqueles que tiverem autorização para ficar no país, acaba também por facilitar a deportação de imigrantes cujos pedidos de permanência foram recusados.

 

Depois da análise da proposta, hoje, pelo gabinete do presidente francês, esta segue depois para debate no Parlamento. Prevêem-se discussões acaloradas e Macron irá testar a maioria parlamentar do seu partido, sublinha a Reuters.

 

As novas ideias de Emmanuel Macron, nomeadamente a abrangente reforma do mercado laboral, não têm agradado a todos e têm mantido o presidente sob fogo cerrado, mas os últimos dados mostram uma melhoria dos dados económicos desde a sua eleição: o país cresceu ao melhor ritmo desde 2011, está a criar emprego ao ritmo mais acelerado desde 2007, a taxa de desemprego caiu para o nível mais baixo desde 2009 e os inquéritos de opinião mostram que a confiança dos empresários está em máximos de vários anos.

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